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Puccinelli é recebido por Dilma Rousseff em Brasília

Com as mudanças das regras, Mato Grosso do Sul vai ter condições de receber cerca de R$ 15 bilhões em investimentos nos próximos anos

Presidente Dilma Rousseff afirmou na tarde de hoje (12) ao governador André Puccinelli e ao senador Waldemir Moka que vai flexibilizar a compra de terras por estrangeiros para que empresas possam investir no Brasil. Com as mudanças das regras, Mato Grosso do Sul vai ter condições de receber cerca de R$ 15 bilhões em investimentos nos próximos anos. Também vai acatar sugestões de Mato Grosso do Sul na reformulação dos critérios de cobrança de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) e nos critérios de incentivos fiscais.

Na reunião, que durou mais de uma hora, o governador entregou à presidente um documento no qual enfatiza que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) a proposta de Súmula Vinculante em relação à guerra fiscal –incentivos dados pelos Estados para atrair empreendimentos – que impedirão as unidades da Federação “de promover seus projetos de desenvolvimento regional e colocará os Estados economicamente em desenvolvimento em situação desvantajosa ante os Estados desenvolvidos e industrializados, os quais nunca permitirão que se obtenha a absurda unanimidade dos Estados na deliberação do Confaz”.   

 Investimentos privados para promover o desenvolvimento
No encontro também foi tratado sobre a compra de terras por estrangeiros. O senador Moka disse que Dilma Rousseff afirmou que deverá editar medida provisória após ouvir os empecilhos desta decisão para o crescimento econômico de Mato Grosso do Sul. “Falamos dos investimentos importantes das empresas Portucel (portuguesa) e Arauco (chilena). Recebi a garantia e vou participar da discussão em que a Medida Provisória vai flexibilizar a compra de terras por estrangeiros, desde que esses investimentos sejam no setor produtivo, planta de produção, indústrias, algo que fique no Estado, agregue riqueza. A proposta é termos uma legislação na qual o país não perca investimentos, mas que exija garantias de que o país não vai ceder suas terras para outros países ou para países em que ainda têm o Estado como dono de terra, como ocorre na China”.

Após este debate, ficou previamente definido que nos próximos 15 dias deve ser iniciada a discussão sobre o teor da MP, sendo que a proposta é ouvir os parlamentares antes da edição para que a matéria tramite sem muita resistência no Congresso Nacional. 

 A Arauco vai investir R$ 4 bilhões, a Portucel outros R$ 4 bilhões no setor de celulose, e os demais investimentos são de usinas de álcool e açúcar.
 No ano passado o governador fez uma peregrinação pela Esplanada dos Ministérios e Palácio do Planalto, acompanhado por empresários, discutindo a importância da flexibilização da restrição da compra terras por estrangeiros. À época, as conversas terminaram com reunião com a ministra Chefe da Casa Civil da Presidência da República, Gleisi Hoffmann.    
 
 
 
Histórico
 A proibição de compra de terras por estrangeiros começou em 2010, após parecer da Advogacia-Geral da União, em relação a Lei 5.709/71, que regula este assunto. 

 Levantamentos do Incra, referentes a janeiro de 2011, apontam que   estrangeiros tinham posse de 460 mil hectares  de terras em Mato Grosso do Sul. No Brasil, o total era de 4,5 milhões de hectares.

Recursos para Infraestrutura
 Na reunião desta quinta-feira (12) também houve o compromisso da presidente Dilma Rousseff de investir em infraestrutura no Estado.  “A presidente encaminhou ao ministro dos Transportes (Paulo Passos), que estava presente na reunião, a possibilidade de estudos para ver como ‘infraestruturar’ o Mato Grosso do Sul, com mais recursos do ministério do que nosso”, destacou Puccinelli, após a reunião.

O governador enfatizou outros pedidos discutidos com Dilma. “Solicitamos estudos sobre a BR-163; a MS-040; a BR-419- entre Aquidauana e Rio Verde. Esses estudos serão postos à mesa, com a participação de equipes do Governo do Estado, do ministério (dos Transportes), junto com a Valec (empresa pública responsável pelos investimentos no setor ferroviário) para que a questão da ferrovia possa ter o encaminhamento que Mato Grosso do Sul precisa no setor de infraestrutura”. 

 Também foram debatidos a  renegociação da dívida dos Estados, a cobrança de ICMS no e-commerce, e a adoção da alíquota única de ICMS no País. “A presidente Dilma assegurou que Mato Grosso do Sul não vai perder com as mudanças e a dívidas dos estados será discutida na ótica de Mato Grosso do Sul”, destacou o governador.