O novo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que toma posse amanhã (20), deve mudar o relacionamento do país com a América Latina. A avaliação é do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que acredita que o momento político americano é também uma oportunidade para o fim do bloqueio econômico a Cuba.
“Os Estados Unidos, durante muito tempo, tiveram uma política equivocada para a América Latina”, afirmou em seu programa semanal de rádio Café com o Presidente, ao citar a interferência norte-americana na instalação de regimes autoritários no continente na década 1960.
Para Lula, o “olhar” de Obama sobre a América Latina deve ser “democrático e desenvolvimentista”, principalmente para os países da América Central e do Caribe. O presidente disse ainda que não há “nenhuma explicação científica” para o embargo a Cuba.
“É importante que Obama faça um sinal para Cuba. É importante que o bloqueio seja desobstruído para que Cuba possa ter uma vida normal como todos os países, tendo relação com todos os países”, apontou.
Na avaliação de Lula, a crise financeira internacional, “que nasceu dentro dos Estados Unidos”, a busca de um acordo na Rodada Doha, da Organização Mundial do Comércio (OMC), e a negociação pela paz no Oriente Médio são os principais desafios de Obama.
" O dado concreto é que o acordo no Oriente Médio depende muito da política americana. Esse é um problema que o Obama vai ter que dizer com muita competência se quer efetivamente a paz no Oriente Médio, ou não".
Durante o programa, o presidente afirmou que a relação entre Brasil e Estados Unidos pode ser “aprimorada”.
“Vamos continuar com a boa política que temos com os Estados Unidos. Ela é histórica e eu penso que o Obama, se quiser, pode aprimorar essa relação com o Brasil, aperfeiçoar porque se os Estados Unidos são o país mais importante do mundo, o Brasil é o país mais importante da América Latina”, comparou.