Eduardo Rocha assumiu no dia 1º de janeiro deste ano, o comando da Casa Civil do governo do Estado. Tem como uma das funções, articulação política do Governo com os demais Poderes, principalmente a Assembleia Legislativa. Depois de ser secretário de Governo e Gestão Estratégica no governo de Reinaldo Azambuja (PSDB), Eduardo Rocha passou a comandar a Casa Civil na gestão de Eduardo Riedel (PSDB).
Rocha diz que vai manter o trabalho de coesão e conciliação, que são as temáticas do governo. Na entrevista da semana, o secretário da Casa Civil fala da nova função e também destaca o novo cargo que a esposa, Simone Tebet (MDB/MS), assumiu neste mês, o de ministra do Planejamento e Orçamento do governo federal.
O senhor assumiu neste ano a Casa Civil, porque aceitou o convite? Como será o trabalho à frente desta pasta? Qual será o seu diferencial na nova função?
Eduardo Rocha – Aceitei o convite para comandar a Casa Civil na gestão do Eduardo Riedel porque sou parceiro de um plano de Governo para Mato Grosso do Sul que iniciou no governo do Reinaldo Azambuja. O trabalho na frente desta pasta é diferente ao da Secretaria de Governo que eu comandei por mais de um ano. A Casa Civil cuida da articulação política do Governo com os demais Poderes, principalmente a Assembleia Legislativa. Acredito que o fato de ter cumprido três mandatos como deputado estadual, me credencia para essa interlocução do Governo com a ALEMS, prefeituras e Câmaras Municipais.
O que os prefeitos e os demais poderes podem esperar do senhor à frente deste cargo?
Eduardo Rocha- Eu tenho um perfil municipalista, sempre atuei nessa linha quando estava na ALEMS. Como a atual gestão também tem esse viés de tratar todos os municípios com o mesmo peso na caneta do Governador, tenho certeza que esse meu perfil soma ao da atual gestão. Sou uma pessoa de coesão e conciliação e a temática do Governo é essa. Já vivemos essa realidade há oito anos, na administração do Reinaldo Azambuja, e vamos continuar com a do Eduardo Riedel.
O governo anterior do qual o senhor fez parte foi municipalista, o senhor acredita que o governo atual vai manter a mesma linha e como poderá contribuir com isso?
Eduardo Rocha– Conforme disse, a gestão do Eduardo Riedel tem seu perfil específico, mas temos que lembrar que é a sucessão do Governo do Reinaldo, portanto, segue os mesmos parâmetros de atendimento municipalista. Afinal, nenhum Estado se desenvolve se os seus municípios padecem de atendimento. E eu, como disse, sempre atuei junto aos prefeitos e vereadores, agora ampliei para esse diálogo também com os deputados de demais Poderes.
Quais são as principais demandas dos prefeitos?
Eduardo Rocha- Investimentos, parcerias para pleitear junto ao Governo Federal também recursos para mais investimentos e custeio de serviços como Saúde, Educação, Segurança e outros.
Nesta semana o senhor se reuniu com o prefeito de Três Lagoas, Ângelo Guerreiro e com o presidente da Câmara, Cassiano Maia, o que a gente pode esperar de novidades para Três Lagoas com o apoio do governo do Estado?
Eduardo Rocha- Três Lagoas é um celeiro de desenvolvimento. Uma cidade que tem um polo industrial forte e que avança todos os anos. A conversa é sempre de parceria, visando o desenvolvimento econômico e social da cidade, como estamos fazendo com os 79 municípios de Mato Grosso do Sul.
As obras da nova sede do Detran em Três Lagoas ainda não foram iniciadas. Segundo o Detran, por falta de autorização do Dnit, o senhor tem acompanhado essa situação, e essa obra vai sair do papel ?
Eduardo Rocha- O DNIT solicitou que fossem feitos alguns ajustes no projeto, o que já foi feito e agora o Detran aguarda autorização do órgão federal. A expectativa é de que isso ocorra até o final deste mês.
Como analisa o fato de sua esposa, Simone Tebet ter assumido o Ministério do Planejamento e como poderá contribuir para Mato Grosso do Sul?
Eduardo Rocha- Eu acho que a Simone está onde ela escolheu estar e por ter muita competência para o cargo. Simone é uma mulher que tem um olhar macro para o Brasil, não seria diferente, já que assumiu o compromisso com os brasileiros quando colocou seu nome na disputa para a Presidência da República. Agora, ela é sul-mato-grossense, conhece nossas demandas e, inevitavelmente, ela terá um olhar mais apurado para o Estado e vai priorizar MS, além de ser mais assertiva quando tratarmos dos nossos pleitos junto ao Governo Federal.
O senhor acredita que ela poderá ajudar no destravamento da UFN 3?
Eduardo Rocha – Como eu disse, a Simone conhece nossas demandas e a UFN3 é uma dessas e grande. A fábrica está 80% pronta, acredito sim que ela vai trabalhar o máximo para destravar essa demanda, até porque é uma demanda que beneficia o Brasil também, não apenas Mato Grosso do Sul.
Uma das reivindicações antigas sempre foi melhorias, como a duplicação da BR-262, o senhor acha que essa obra poderá ser incluída nos próximos orçamentos?
Eduardo Rocha- Acredito que BR-262 é um trecho importante para a logística do escoamento da produção de MS e deve sim ser contemplada, é um pleito do Estado junto ao Governo Federal. Da nossa parte, faremos o que for necessário, mas cabe à União determinar os investimentos no seu orçamento.
O senhor acompanhou toda trajetória política da Simone, então acredita que ela tomou a decisão certa, ao aceitar fazer parte do governo do PT? Ou pode ser um tiro no pé?
Eduardo Rocha- A Simone tem um propósito com o Brasil e com a democracia brasileira. Foi por isso que ela escolheu um lado, não tinha como ficar neutra porque um deles estava colocando nossos direitos democráticos em risco. Ela escolheu a garantia da democracia do Brasil que é o nosso bem maior.Quanto a estar no atual Governo, ela é competente e técnica, e se o objetivo é atuar em prol do Brasil, nada mais natural do que estar na estrutura executiva que lhe dará condições para isso.
Como analisa os atos de vandalismo ocorrido em Brasília no domingo ?
Eduardo Rocha – Lamentável, não podemos tolerar isso nunca. O resultado da eleição da forma como foi, foi justamente um recado do povo brasileiro para resgatar a nossa democracia. Sabemos que protestos fazem parte do estado democrático, isso sempre ocorreu e sempre vai existir. O que não pode é querer depredar, além do nosso patrimônio material, também o nosso patrimônio ético e moral, nossa República brasileira, assim como nossos direitos como cidadãos. Respeitar a opinião contrária é fundamental. Respeitar nossas instituições, é obrigação de todos os brasileiros.