O presidente do Senado, José Sarney, anunciou nesta quinta-feira (24) que foi concluído o trabalho de reformulação administrativa da Casa, encomendado à Fundação Getúlio Vargas (FGV). O presidente disse que o trabalho foi submetido ao Conselho Diretor, formado por servidores, que terminaram de examiná-lo há dois dias, e será distribuído a todos os senadores para que também examinem por duas ou três semanas antes de levá-lo à aprovação em plenário.
– Posso adiantar que este trabalho oferece o enxugamento de 40% da máquina administrativa nossa e reduz a apenas sete diretorias a direção da Casa. Além de toda uma organização modernizante, vai, sem dúvida, ser um exemplo para a organização administrativa no Brasil – adiantou.
Sarney também comunicou que, através de um ato da Mesa, extinguiu 511 cargos efetivos do quadro de pessoal, Ele disse ter submetido à apreciação da Mesa Diretora, que o aprovou.
O senador Renato Casagrande (PSB-ES) disse que considerou adequada a extinção dos 511 cargos e perguntou sobre a decisão de permitir às lideranças partidárias a transferência de três assessores para os estados de origem dos líderes. Sarney explicou que esse tipo de transferência havia sido proibido, mas como recebeu um abaixo assinado de todos os líderes pedindo que fosse aberta exceção para dois cargos em seus escritórios estaduais, a Mesa aprovou o pedido.
O senador José Agripino (DEM-RN) disse que não assinou o documento mencionado por Sarney e que não concorda com a medida. Ele acrescentou que a liderança do Democratas não tem e não quer ter um ou vários assessores em seu estado.
– Eu não fui consultado sobre esse fato. Não fui, não concordo, não tenho nenhum [funcionário]. Na liderança do Democratas não há nenhum funcionário lotado no meu estado, e eu acho que é desinteressante. Eu não assinei esse documento, eu não me lembro de me terem sido sugeridos, mas são casos para serem apreciados e serem definidos – afirmou.
Aparteando Agripino, Casagrande disse que a decisão de permitir aos líderes partidários criar cargos nos estados é um retrocesso e que é preciso organizar a Casa para torná-la cada vez mais transparente.
– E, de fato, nós não podemos dar passos atrás. V. Exª está dizendo que não assinou o documento criando os cargos nos estados. Acho que esse é um assunto que pode parecer que estamos dando passos atrás. E agora nós temos que, de fato, dar passos adiante no sentido de organizar, de fato, a Casa e torná-la cada vez mais transparente – assinalou.