O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), defendeu-se hoje (12) da acusação de que teria usado irregularmente a Polícia do Senado para defender seu patrimônio no Maranhão. Ele disse que o pedido foi feito devido a ameaças de que sua casa seria explodida após a cassação do governador do estado, Jackson Lago (PDT).
“A Polícia do Senado, que não é uma polícia armada, é feita para garantir os senadores. Como foi divulgado, e está sendo divulgado até hoje ainda, que vão explodir a minha casa, pedi aos seguranças, que dentro das suas funções normais, que fossem averiguar a veracidade disso e fizessem um rastreamento do que estava ocorrendo”, disse Sarney.
Segundo matéria publicada hoje pelo jornal O Estado de S.Paulo, o presidente do Senado ordenou que quatro servidores da área de segurança da Casa reforçassem a defesa de seus imóveis no estado. Ainda de acordo com o periódico, os policiais chegaram a São Luís no dia 9 de fevereiro, véspera da data marcada para o julgamento de Jackson Lago pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e receberam cerca de R$ 4 mil em diárias.
Sarney justificou a necessidade de uso da Polícia do Senado por causa da divulgação de panfletos e discursos de deputados do Maranhão incitando violência contra ele e seus familiares. “Foi por conta do processo político [da cassação]. Vários discursos foram feitos na Câmara, vários panfletos foram divulgados e os jornais publicaram esses fatos”, disse.
De acordo com o presidente do Senado, o mesmo procedimento poderia ser usado por qualquer senador. “Temos mandado, muitas vezes, em vários lugares pedindo garantias e, evidentemente, que não é só aqui dentro da Casa que temos ameaças. Temos em todos os lugares.”