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Sarney repete Lula e Dilma e diz que aliança PT-PMDB não é unanimidade nos Estados

Sarney, que se tornou um dos principais interlocutores no PMDB em favor da aliança nacional com o PT

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), admitiu nesta terça-feira que há dificuldades para que a aliança nacional firmada entre o PT e o PMDB se repita nos Estados. Sarney disse que a unidade dos partidos "não é feita por unanimidade" ao sinalizar que as duas legendas devem ter palanques distintos em Estados onde não há possibilidade da aliança se efetivar.

"Eu acho sempre que a unidade dos partidos não é feita por unanimidade. Ainda mais uma coligação, é muito difícil. Eu acho que o Brasil é muito grande, as realidades políticas nos Estados são muito diferentes umas das outras. Eu acho que isso é um fenômeno natural que ocorre em todas as eleições e que vai ocorrer nesta também", afirmou.

Sarney, que se tornou um dos principais interlocutores no PMDB em favor da aliança nacional com o PT, repetiu o discurso já adotado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pela ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) –que admitiram nos últimos dias dificuldades para a consolidação da aliança PT-PMDB nos Estados.

Ontem, Dilma admitiu que não é democrático impor pactos "lá de cima" frente às realidades estaduais. As afirmações de Lula e Dilma vêm no momento em que o PT define os novos dirigentes partidários nacionais e estaduais, o que torna as divergências regionais mais visíveis. A apuração ontem à noite indicava vitória em primeiro turno do ex-presidente da Petrobras e da BR Distribuidora José Eduardo Dutra para presidir o partido.

O PT e o PMDB firmaram um pré-acordo nacional para que os peemedebistas apoiem a candidatura de Dilma à presidência da República em 2010. Os peemedebistas, porém, encontram dificuldades em uma série de Estados onde a aliança entre as duas legendas se tornou inviável. Os dois partidos criaram uma comissão para tentar solucionar impasses estaduais que possam minar a aliança nacional.

No Rio Grande do Sul, por exemplo, os dois partidos têm pré-candidatos ao governo estadual: Tarso Genro (PT) e José Fogaça (PMDB). No plano nacional, os peemedebistas do Estado estão mais próximos do governador José Serra (PSDB) do que de Dilma Rousseff (PT), o que pode rachar a legenda no Rio Grande do Sul.

Em Minas Gerais, também há impasses para que a aliança nacional se repita. O ministro Hélio Costa (PMDB) pode disputar o governo estadual com o ex-prefeito Fernando Pimentel (PT) caso a "comissão" designada para pacificar as duas legendas não consiga reverter a dupla candidatura.

No Rio de Janeiro, há o esperado impasse entre o governador Sérgio Cabral (PMDB) e o prefeito de Nova Iguaçu, Lindberg Farias (PT) –que diz contar com o apoio da maioria da legenda no Estado.

Nesses Estados, mas principalmente no Rio, o PMDB exige uma composição com o PT para honrar o "pré-compromisso" firmado de apoio à candidatura presidencial da ministra Dilma.