Nesta semana, o consultor contábil Antônio Elias Morais, ex-auditor do Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul, mostrou que a situação financeira da Santa Casa de Campo Grande é dramática ao mostrar que a demonstrações contábeis do hospital apontaram déficit em 2021 no valor de R$ 86.375.244,00, com déficit acumulado de R$ 350 milhões.
Para superar esse quadro, o articulista argumenta ser necessário injetar mais recursos púbicos no hospital e também um planejamento financeiro e de fluxo de caixa capaz de promover ao longo dos anos a amortização deste saldo devedor.
Esse foi o tema abordado na coluna CBN em Pauta desta quinta-feira (19) pelo jornalista Edir Viégas.
“Concordo plenamente com o autor do artigo. Pelo fato de mais de 80% dos pacientes do hospital serem amparados pelo SUS, cuja tabela está tremendamente defasada, é necessário, sim, maior aporte de recursos públicos”, disse o jornalista.
No entanto, ele pondera: “o volume de recursos que a Santa Casa hoje recebe pelos serviços prestados é muito? É pouco? É ou não suficiente?”
Para Edir Viégas, enquanto essa discussão se mantém, ao fim e ao cabo, fica o município numa posição até certo ponto confortável, protelando a renovação de contratos com a Santa Casa e com outros hospitais, fingindo não ver que a saúde é subfinanciada.
“Com o Hospital Municipal em funcionamento, o gestor público teria que dar seus pulos para mantê-lo aberto e garantir o atendimento à população. E a prefeitura tem até 2025 para colocar em funcionamento o seu hospital municipal”, finaliza o jornalista, ao lembrar que a obrigação [da construção e operação] está na lei do Plano Plurianual aprovado e promulgada pela Câmara Municipal no final do ano passado, após ter sido vetada pelo então prefeito Marquinhos Trad.