O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, afirmou nesta quarta-feira (19) que, se forem encontradas irregularidades no seu comportamento enquanto juiz da Lava Jato, ele deixa o governo. “Vamos fazer o escrutínio público e se houver irregularidade da minha parte, eu saio”, disse.
Moro participou de sessão na Comissão de CCJ (Constituição e Justiça) do Senado, presidida pela senadora Simone Tebet (MDB), para explicar diálogos vazados com promotores da investigação e que vieram a público após publicação do site The Intercept Brasil.
Para o senador Humberto Costa (PT), “ainda vem muita coisa por aí. Não menospreze o jornalista [Glenn Greenwald]”, disse. E não poupou críticas ao ministro. “Vossa excelência enganou milhões de brasileiros; tenha a humildade de pedir demissão do cargo. Não cabe a uma pessoa com essas acusações graves ser chefe da Polícia Federal”, afirmou.
O ex-juiz disse que não tem como afirmar que as mensagens não foram editadas ou alteradas. Mesmo assim, disse que não viu “ilegalidades ou qualquer espécie de desvio ético” nas conversas divulgadas.
O ministro também negou ter participado de conluio com o coordenador da Lava Jato em Curitiba (PR), Deltan Dallagnol e disse ainda que a Polícia Federal tem elementos de prova de que um hacker tentou se passar pelo ministro e mandou mensagens para terceiros em seu nome.
O senador Nelsinho Trad (PSD) afirmou, quanto ao vazamento, que “todos nós queremos uma resposta. Penso que de uma forma ou de outra será esclarecido quem foi e qual é a verdadeira intenção”.
Simone Tebet considerou a sessão “satisfatória”. “Acho que os senadores já têm um juízo de valor dos fatos. Fatos estes que ainda vão se prolongar porque não sabemos o que vem por aí”, afirmou.