A secretária de Esportes de Três Lagoas, a vereadora licenciada, Marisa Andrade Rocha (PSB), foi afastada do cargo por 90 dias em razão de estar presa apontada como chefe de uma organização criminosa especializada no tráfico de drogas, segundo investigações do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
O decreto do afastamento da vereadora, assinado pelo prefeito de Três Lagoas, Ângelo Guerreiro (PSDB), foi publicado no Diário Oficial do Município desta quarta-feira (20).
De acordo com o decreto, a suspensão não implica no pagamento de subsídios durante sua vigência, ou qualquer parcela remuneratória. Entretanto, segundo a assessoria de comunicação da prefeitura, Marisa não receberá no período em que estiver sem trabalhar. O salário de secretária é de R$ 13 mil.
Ainda segundo o decreto, o secretário-geral da prefeitura, Cassiano Maia continuará respondendo interinamente pelo expediente da Secretaria de Esportes, mas não terá salário acumulativo. O prefeito segue como responsável pelas despesas da pasta.
Caso Marisa fosse exonerada do cargo, ela voltaria a ser vereadora e não poderia faltar a 14 sessões durante o ano, sob pena de perda de mandato, o que pode ocorrer, também, por condenação judicial, de acordo com a Lei Orgânica do Município.
Na semana passada, o desembargador Rui Celso, encarregado de analisar o pedido, manteve a prisão preventiva da secretária. Um possível relaxamento da prisão será, agora, julgado, em colegiado, pelos demais desembargadores do Tribunal.
CASO
A prisão de Marisa é decorrente de investigações do Gaeco durante Operação Themis 2, realizada em janeiro deste ano, com escutas telefônicas, depoimentos e apreensão de provas, inclusive celulares e computadores. A operação encontra-se em fase conclusiva, segundo o Gaeco.
As investigações começaram com um pedido de apoio da Promotoria de Justiça de Três Lagoas para esclarecer uma possível ameaça de morte contra uma promotora de Justiça da cidade. No decorrer das investigações, o Gaeco teria chegado à conclusão de que Marisa chefiava uma organização criminosa de tráfico de drogas. O processo, porém, corre em segredo de Justiça.
Em 2013, a Polícia Militar apreendeu 193 quilos de maconha em um sítio da família dela. Duas pessoas foram presas e nada foi provado contra a parlamentar.
O advogado de defesa e filho da vereadora, Juliano Rocha, declarou que a prisão "fora infortúnio, que ela foi pega num turbilhão de situações em que a única motivação dela, era de ajudar os outros”.
Matéria editada às 9h10 para alteração de informações .