O início do ano letivo na Rede Municipal de Ensino pode ser adiado mais uma vez. O motivo será a falta de merenda escolar para os alunos das escolas municipais e Centros de Educação Infantil (CEIs). A Prefeitura de Três Lagoas não renovou o contrato com a empresa que fornecia a merenda escolar para os alunos e,também não licitou a contratação de outra empresa.
Na manhã de ontem, o secretário municipal de Educação, Mário Grespan, reuniu-se com todos os diretores das escolas e CEIs para informar que a merenda escolar não será mais terceirizada e de que ficaria a cargo de cada unidade escolar o seu preparo. A decisão, segundo a presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação, Maria Diogo, pegou todos os diretores de surpresa, uma vez que as aulas estão programadas para começar na quinta-feira, 19.
Em razão disso, segundo a presidente do Sinted, não está descartado um novo adiamento do início das aulas, que era para ter começado dia 9, mas que acabou sendo adiado para 19 de fevereiro. Segundo Maria Diogo, os diretores não são contra a escolarização da merenda escolar, pelo contrário, são favoráveis, desde que as escolas e Centros de Educação Infantil tenham estrutura para isso.
Segundo Maria Diogo, atualmente nenhuma unidade escolar tem condições de preparar merenda para os alunos. “Nenhuma unidade dispõe de infraestrutura e, principalmente, utensílios para serem utilizados no preparo e distribuição para os alunos. Isso deveria ter sido visto antes e, não agora, próximo das aulas começarem”, comentou a sindicalista.
Outra questão apontada pelos diretores é com relação à contratação de merendeiras, bem como a aquisição de alimentos e utensílios para o preparo da alimentação escolar. A prefeitura sugeriu aos diretores que a contratação das merendeiras fosse feita através das Associações de Pais e Mestres (APMS). Entretanto, Maria Diogo disse que é preciso ver se existe legalidade para tanto.
A presidente do Sinted alegou que ficou muito em cima da hora esta deliberação. “Até que contratar pessoas para trabalhar é o de menos, assim como para comprar os alimentos. O maior problema é que as escolas não têm as mínimas condições de instalações para o preparo e fornecimento da merenda. Não têm panelas, não têm pratos, fogão, geladeiras, ou seja, não tem os utensílios necessários para fazer a cozinha de uma escola funcionar”, destacou.
Nos centros de Educação Infantil, por exemplo, segundo Maria Diogo, é necessário ter geladeira e fogão para conservar e esquentar o leite das crianças do berçário. “É impossível fazer isso agora, os diretores de algumas unidades choraram ontem, ao saber que não vão ter condições de oferecer o atendimento necessário a essas crianças. Estamos muito tristes com essa situação”, comentou.
Segundo Maria Diogo, ficou agendada para a próxima quarta-feira, na parte da tarde, uma nova reunião para ser discutido como vai ficar essa situação. A presidente do Sinted disse que solicitou a presença da prefeita Márcia Moura nesta reunião, até porque, segundo ela, a Secretaria Municipal de Educação, já havia encaminhado vários ofícios à Secretaria de Finanças, informando sobre a necessidade de renovar, ou fazer nova licitação para o fornecimento da merenda escolar. “A Secretaria de Educação tem todos os ofícios que foram encaminhados à Secretaria de Finanças, que não tomou as providencias necessárias. A empresa queria continuar prestando o serviço, não dá para entende o porquê não comunicaram os diretores e tomaram as providências antes. Deixaram para a última hora e ainda no feriado de Carnaval, lamentável. É muito triste o que tem acontecido com a gestão municipal de Três Lagoas”, acrescentou.