Ao discursar na sessão plenária desta sexta-feira (07), o senador Pedro Simon (PMDB-RS) se declarou muito preocupado com a perda de valores e de referências no Senado Federal e na política como um todo. Ele citou o vice-presidente José Alencar como um exemplo de dignidade e correção que todos deveriam seguir.
Para Simon, Alencar representa uma de melhores referências da política brasileira, por se comportar como todos deveriam agir: com ética, serenidade, perseverança, modéstia, esperança e fé, segundo suas palavras.
– Apesar de ter se tornado um dos maiores empresários do país, sem ter recebido heranças familiares, ele não se deixou contaminar. Nem o dinheiro nem a política abalaram seu modo simples e ético de viver. Quem o conhece há muito tempo diz que ele permanece o mesmo: pequeno comerciante, grande empresário ou vice-presidente da República, ele continuou a ser o mesmo homem simples e ético que sempre foi – afirmou.
Simon disse que mesmo lutando contra a doença e a possibilidade de morte, José Alencar mantém sua fé na vida e nos desígnios de Deus. Ele fez um apelo para que Deus e a ciência encontrem a cura para esse mal que teima em lhe afligir e premie a galhardia com que se submete a um tratamento experimental e perigoso, destacou.
– É preciso resgatar a fé na política. Em meio à tamanha turbulência que estamos vivendo, eu me espelho em José Alencar e em seu calvário para ter forças de continuar. Em seu momento de dor, ele permanece um exemplo de vida digna e exemplar e espero que ele possa tocar corações e mentes para salvar o país e o Senado – afirmou.
Simon destacou que José Alencar representa a referência política que gostaria que o presidente Lula ouvisse. O senador lamentou que, aparentemente, o presidente venha "preferindo ouvir os senadores Renan Calheiros (PMDB-AL) e Fernando Collor (PTB-AL), bem como o presidente do Senado, José Sarney".
– Vamos deixar claro: o arquivamento de algumas representações no Conselho de Ética não foi vitória de Renan, Sarney ou Collor, foi de Lula. O presidente Lula insistiu que Sarney fosse presidente do Senado. Agora também foi Lula que atuou e, humilhando seu próprio partido, ganhou a partida. Isso é soberba, ele está se achando acima do bem e do mal. Lula ainda é uma grande referência nacional e internacional, mas está tocado pela vaidade – criticou.
Em aparte, o senador Cristovam Buarque (PT-DF) disse que José Alencar representa uma figura ímpar da política brasileira, em sua luta e sofrimento.
– Lula poderia ser essa pessoa, capaz de chamar a todos para pacificar o Senado. Ele preferiu abandonar a neutralidade própria da presidência para pender por um lado da questão. Se não conseguirmos sanar esse impasse do Senado, não sei o que será da democracia brasileira – advertiu.
Também em aparte, o senador Alvaro Dias (PSDB-PR) disse que José Alencar representa uma lição de perseverança para todos. Ele destacou sua decência e honestidade, "produtos escassos nas prateleiras da política brasileira", disse.
Também em aparte, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) recomendou que Sarney se afaste da presidência do Senado enquanto as representações contra ele estão sendo examinadas no Conselho de Ética.
– Será próprio que o presidente Sarney dialogue conosco sobre o tema. Minha recomendação é a mesma de milhões de brasileiros: para seu próprio bem, para o bem do Senado, que ele demonstre grandeza e se afaste da presidência enquanto os fatos estão sendo investigados e apurados – afirmou.
O senador Wellington Salgado (PMDB-MG) se declarou emocionado com o amor que Simon demonstrou por José Alencar e por Minas Gerais.