Em ano de reforma administrativa, quando o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), prometeu se empenhar para diminuir gastos da Casa, a folha de pagamento dos funcionários do legislativo custou pelo menos R$ 3,7 milhões a mais só para pagar as horas extras do ano de 2009.
A Secretaria de Comunicação do Senado divulgou nota informando que o número de horas trabalhadas depois do expediente diminuiu, mas o montante pago em 2008, de R$ 83,9 milhões, ficou maior que o de 2009 – de 87,6 milhões – porque portaria do fim de 2008 reajustou em 99,42 % a hora excedente trabalhada.
Com o reajuste que dobrou o valor das horas extras, a decisão da reforma administrativa de limitar os chamados “serviços extraordinários”, com redução de 35% dos funcionários autorizados, funcionou como um tiro pela culatra.
Antes da reforma, 4.227 servidores eram autorizados a fazer horas extras e o número caiu para 2.763 em 2009. Mas enquanto a redução numérica foi de 35% o reajuste da hora trabalhada foi de 99,42%.
Confira a nota do Senado:
1. O Senado Federal teve sucesso em sua decisão de reduzir a concessão de horas extras em 2009;
2. Em cumprimento a decisão da Mesa Diretora e, ao contrário do que afirma o texto, analisando dados expostos pelo próprio jornal, o Senado Federal reduziu em média 35% o quantitativo de servidores que receberam horas extras ao longo do ano de 2009;
3. Tal resultado deveu-se à diminuição do número de servidores autorizados a fazer horas extraordinárias, que passou de 4.227 em 2008 para 2.763 em 2009, em razão de uma nova sistemática de controle adotada pela atual Administração da Casa;
4. E como o valor da hora extra paga a cada servidor teve alta de 99,42 % em outubro de 2008, subindo de R$ 1.324,80 para R$ 2.641,93, a despesa do Senado com horas extras passou de R$ 83,9 milhões em 2008 para R$ 87,6 milhões em 2009.