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Senado receberá manifesto a favor de cotas para alunos da rede pública em universidades

O Projeto de Lei 180/08 prevê a reserva de 50% das vagas nas universidades federais e nos cursos tecnológicos públicos para estudantes da rede pública

Mostrar aos parlamentares a importância de se aprovar uma lei federal que regule reservas de vagas em universidades federais para estudantes oriundos de escolas públicas é o objetivo de manifesto que será entregue hoje (5), às 17h, no Senado.

Em entrevista ao Programa Revista Brasil, da Rádio Nacional, a coordenadora do Programa de Direitos das Mulheres e Afrodescendentes da ONG Actionaid Brasil, Rosana Heringer, disse que a idéia da mobilização é reforçar a posição de senadores favoráveis às cotas e convencer aqueles que têm opinião contrária.

“É muito importante a sociedade civil se mobilizar para garantir que essa lei seja aprovada e a gente considera que é preciso fazer esse trabalho de pressão. Não existe a certeza de que esse projeto vai ser aprovado, mas existe uma boa vontade”, acredita.

O Projeto de Lei 180/08 prevê a reserva de 50% das vagas nas universidades federais e nos cursos tecnológicos públicos para estudantes da rede pública, respeitando a proporção de negros e indígenas de cada estado. O manifesto será entregue à relatora da matéria no Senado, Serys Slhessarenko (PT-MT).

Para a coordenadora, a aprovação da proposta pode democratizar o acesso ao ensino universitário no Brasil. Segundo ela, 80% das pessoas que estudam no país cursam ensino fundamental e médio em escolas públicas. Rosana acrescentou que, no entanto, as instituições de ensino federais e estaduais não dispõem de número de vagas suficiente para atender essa demanda. Outro problema é que as vagas nessas instituições acabam sendo preenchidas por alunos que estudaram em escolas privadas.

“Não existem vagas disponíveis, quem passa na universidade pública é quem estudou em escola particular e pode garantir as melhores colocações. Essa situação de desigualdade e até de injustiça que esse projeto de lei quer contornar”, defendeu.