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Defesa

Senador Delcídio do Amaral nega quebra de decoro parlamentar

O parlamentar garantiu que vai provar ser um 'cara de boa fé' e que não tentou atrapalhar investigação da Polícia Federal

Senador Delcídio do Amaral foi solto na semana passada após ter ficado preso por 87 dias  - Divulgação/assessoria do senador
Senador Delcídio do Amaral foi solto na semana passada após ter ficado preso por 87 dias - Divulgação/assessoria do senador

O senador Delcídio do Amaral (PT/MS) negou com veemência em entrevista a uma emissora de rádio da capital, que tenha quebrado o decoro parlamentar, e que não tentou atrapalhar o trabalho de investigação da Polícia Federal na Operação Lava Jato da Polícia Federal. Ele foi solto na sexta-feira da semana passada, pós 87 dias preso.

O parlamentar declarou que, o sofrimento enfrentado durante os 87 dias que permaneceu preso fez dele “uma pessoa melhor”. E, ao contrário do que vem sendo veiculado desde o último final de semana, Delcídio declarou que não está cumprindo prisão domiciliar e pode participar de todas as atividades do Senado, independente do horário que elas terminem, mas deve voltar para dormir em casa, no regime definido pelo Supremo Tribunal Federal como “recolhimento noturno”. 

“Foi uma experiência muito difícil. Primeiro, eu estabeleci uma rotina muito dura, trabalhando no meu processo permanentemente. Eu sempre li muito e passei a ler mais ainda. Isso mantinha a minha mente ocupada. Além disso, sou católico de formação e sempre rezei bastante. A experiência que enfrentei reforçou ainda mais o papel de Deus e da religião na minha vida. Passei a dar valor a coisas que no cotidiano eu não prestava atenção. A medida que você passa por uma experiência dessa você avalia de uma forma muito mais real as coisas que a vida lhe proporciona. E cresce muito”, declarou o senador que pediu entrou com pedido de licença médica pelo o período de 15 dias.

Delcídio negou que tenha feito qualquer tipo de pressão sobre os demais parlamentares. “Quem me conhece sabe o tipo de atitude que tenho. Sou um homem de conciliação, de diálogo e conduzo as coisas com discernimento e humildade. Eu jamais faria pressão sobre meus colegas, porque, acima de tudo, os respeito”, afirmou.

DEFESA

A prisão do senador ocorreu a partir de uma conversa dele com um dos filhos do ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró, a qual foi gravada e usada para justificar a prisão. De acordo com a defesa do parlamentar apresentada ao Conselho de Ética do Senado, a conversa foi gravada sem autorização do Supremo Tribunal Federal. “Portanto, já em sua origem, o processo é absolutamente ilegal”, declarou o senador.

Na defesa, o senador alega que não fazia parte de nenhuma organização criminosa, e que  o processo tem vícios de origem graves. Por esse motivo, disse estar tranquilo para fazer a defesa no Conselho de Ética.  “Ela é muito ampla e forte. Eu vou provar que sou um cara de boa fé. Quando conversei com o filho do ex-diretor Nestor Cerveró fui atender ao chamado de uma família que estava absolutamente angustiada, preocupada com o destino dele, uma família que conheço há muitos anos. Agora, eu jamais imaginei que isso pudesse acontecer, e o pior: naquele momento eu não estava ali no exercício do mandato. Foi uma conversa particular, com uma família. Por tudo isso, dizer que se quebra o decoro parlamentar numa conversa como essa, é forçar a barra demais.”,  ressaltou o senador petista.