A Senadora Simone Tebet (PMDB/MS) defende uma maior representação feminina na política. Em entrevista na rádio Cultura FM, 106,5, MHz, a senadora disse que é preciso aumentar o número de mulheres na Câmara Federal, no Senado, nas Assembleias Legislativas e nas Câmaras Municipais.
Informou que, nesta semana, as bancadas femininas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal se reuniram e decidiram que, vão participar de um manifesto conjunto em defesa da ampliação da ocupação das cadeiras para mulheres em 30% na Câmara dos Deputados, Senado Federal, Assembleias Legislativas e Câmaras Municipais.
Simone Tebet disse que, no dia 26 de março, as parlamentares vão participar de um ato público em São Paulo em defesa das propostas para ampliar a representação feminina na política. Para a senadora Simone Tebet, o número de mulheres na política ainda é pouco. Na Câmara Federal, entre os 513 deputados, apenas 51 são mulheres e no Senado, há somente 13 senadoras entre 81 de seus membros. Em Três Lagoas, dos 17 vereadores, apenas três são mulheres. “Somos 10%, em média, nas Casas Legislativas do país” destacou.
A proposta elaborada pela bancada feminina e que será apresentada aos presidentes da Câmara Federal, deputado Eduardo Cunha, e do Senado, Renan Calheiros, que 30% das cadeiras já valeria para as próximas eleições e que a cada pleito, haveria um aumento de 5% na cota, para que em 20 anos, metade das vagas nos Legislativos seja formada por mulheres. “Essa medida é importante, porque se nós tivermos 30% de mulheres fazendo leis nesse país, teremos leis mais justas, voltadas para a família, para o social, educação, saúde. A mulher, inclusive, é considerada pela população brasileira como menos corrupta, confiável e tão competente quanto os homens. Então, nada mais justo do que as mulheres participarem mais da política ”, destacou a senadora.
Apesar das conquistas, Simone comentou que ainda é grande a desigualdade entre homens e mulheres. Entretanto, em relação à questão salarial, essa situação já começou a mudar. “As mulheres recebiam 30% menos que homens, desenvolvendo os mesmos serviços, mas esse número caiu nos últimos cinco anos. Hoje, a mulher recebe em média 18% menos que os homens, o que também é um absurdo que ainda existe. Mas, significa que estamos avançando, acreditamos que, a médio prazo, daqui uns cinco anos quem sabe, no máximo dez anos, a gente possa dizer que, homens e mulheres no Brasil ganham salários iguais”, comentou.
COMISSÃO
Simone Tebet foi indicada nesta semana para presidir a Comissão Permanente Mista de Combate à Violência contra a Mulher no Senado. “Foi uma surpresa para mim, inclusive, conversei com as colegas senadoras para que, talvez pudéssemos colocar uma pessoa que esteva há mais tempo no Senado, já que este é o nosso primeiro mês no exercício do mandato, mas fui voz vencida e, indicada por todos os senadores e deputados federais, para presidir essa comissão”, esclareceu.
De acordo com a senadora, infelizmente, os dados de violência contra as mulheres são alarmantes: Uma em quatro mulheres no mundo e no Brasil, sofreu, sofre, ou sofrerá algum tipo de abuso na sua vida, enquanto adolescente ou adulta.
Simone Tebet também vai integrar a Comissão de Constituição e Justiça, considera de extrema importância no Senado. “Fiquei tão feliz com isso, porque estarei discutindo e votando os projetos mais importantes do país que interferem, mesmo que a gente não perceba, na vida de cada um de nós. Serei a primeira representante de Mato Grosso do Sul, em primeiro ano de mandato a assumir uma comissão tão relevante como esta”, declarou a senadora.