Os partidos e senadores isoladamente, que defendem o afastamento de José Sarney (PMDB-AP) da presidência do Senado, pretendem ler, ainda na sessão plenária de hoje (6), manifesto reforçando a posição já tomada. A informação é do senador Cristovam Buarque (PDT-DF) que, em nome de alguns senadores que se reuniram em seu gabinete, afirmou que esse grupo pretende promover eventos em cidades para mobilizar a sociedade pela “ética no Senado”.
O pedetista criticou o fato de o PT não ter assinado o manifesto até o momento. Segundo ele, PDT, DEM, PSDB, e P-SOL, além do senador Renato Casagrande (PSB-ES), já assinaram o manifesto. Esse grupo, acrescentou, reconhece que o apoio institucional do PT ao documento é fundamental no processo de afastamento de Sarney e andamento das investigações no Conselho de Ética.
“O PT é fundamental neste processo. Para onde o partido for vai a solução para o problema. Como o PT está dos dois lados, não está de lado algum”, afirmou Buarque, em nome do grupo de partidos e parlamentares que pedem o afastamento do presidente do Senado. Segundo Buarque, o senador Tião Viana (PT-AC), que participou da reunião, disse que a maioria da bancada petista defende, como ele, o teor do manifesto e estaria disposta a assiná-lo.
A decisão tomada em seu gabinete de “ir ás ruas” para buscar o apoio da sociedade foi acompanhada de outras duas decisões, de acordo com Cristovam Buarque: cada vez que uma representação contra Sarney for arquivada no Conselho de Ética os parlamentares vão requerer que a decisão seja submetida ao plenário do Senado. A outra, é de que nenhum dos parlamentares “cederá a ameças” do grupo aliado ao presidente da Casa.
Mais cedo, o líder do PMDB, Renan Calheiros (AL) afirmou à Agência Brasil que “a questão do Senado não tem fato novo. Quem é de um lado continua, e permanecem as divisões no PT, DEM e no PMDB”. Renan Calheiros é um dos principais aliados de Sarney que, ontem, reafirmou que não vai renunciar ao cargo.
Além de Cristovam Buarque, participaram da reunião os senadores Tião Viana (PT-AC), Pedro Simon (PMDB-RS), Arthur Virgílio (PSDB-AM), Sérgio Guerra (PSDB-PE), Tasso Jereissati (PSDB-CE), Demóstenes Torres (DEM-PI) e José Neri (P-SOL-PA).