O detalhamento da pesquisa CNI/Ibope que mostrou Dilma Rousseff (PT) cinco pontos percentuais à frente de José Serra (PSDB) mostra que o tucano mantém vantagem sobre a petista apenas no eleitorado da região Sul e na faixa da população com renda per capita de mais de 10 salários mínimos ao mês.
No Sul, onde Dilma construiu sua carreira política, Serra tem 42% das intenções de voto contra 34% da petista, de acordo com o Ibope. No Sudeste, onde Serra foi prefeito e governador, e onde sustentava vantagem até então, a situação agora é de empate dentro da margem de erro, de dois pontos percentuais (37% a 36% para Dilma).
Nos dados gerais, Dilma tem 40% das intenções de voto contra 35% de Serra. Marina Silva tem 9%. O Ibope ouviu 2.002 eleitores entre sábado e segunda-feira (a pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral sob o número 16.292/2010).
Já o eleitorado mais rico (renda per capita superior a 10 mínimos) registra a maior vantagem pró-Serra, de 16 pontos percentuais (43% a 27%). É nessa faixa que Dilma encontra sua mais alta rejeição –41% dessa fatia diz que não votará na petista de jeito nenhum, contra 23% da média geral do eleitorado.
A petista também mantém alta rejeição entre o eleitorado do Sul e entre as pessoas que possuem curso superior (31%).
Serra e Marina apresentaram rejeição similar na média (30% e 29%, respectivamente), sendo que a candidata do PV tem o maior índice no eleitorado do Nordeste –34% dizem que não votariam nela de jeito nenhum. A maior resistência a Serra está na faixa dos que têm renda per capita entre 5 e 10 salários mínimos: 35% de rejeição.
O detalhamento do CNI/Ibope mostra também que o eleitor com ensino fundamental, o do Nordeste e aquele com a pior renda do país (até um salário mínimo per capita) são os mais inclinados a seguir a indicação do presidente Lula, que apoia Dilma. Nessas faixas, de 57% a 67% dos eleitores dizem preferir votar naquele que Lula indicar.