Hoje, completa-se um ano da renovação do contrato entre Prefeitura e Sanesul. O projeto foi aprovado pela Câmara Municipal, em dezembro de 2010, mas o contrato foi assinado em 11 de fevereiro do ano passado. Com isso, a empresa continuará explorando o serviço de água e esgoto por mais 30 anos. Entretanto, para a renovação do contrato, a Prefeitura e o governo do Estado fizeram uma série de reivindicações, as quais ainda não estariam sendo cumpridas pela empresa.
Durante evento realizado no Sebrae no ano passado, a vice-governadora, Simone Tebet (PMDB), esteve presente para explicar alguns itens do documento. Na oportunidade, ela disse que, pelo contrato, a empresa teria 18 meses para desativar o poço do Palmito. Apesar disso, informou que o governador André Pucinelli (PMDB) havia determinado que o poço fosse desativado até fevereiro de 2012. O gerente da Sanesul, Álvaro Ricardo Calábria, justificou que isso ainda não aconteceu devido à burocracia do processo de licitação. Ele informou que, após o Carnaval, a empresa deve iniciar a desativação, a qual deve ser concluída dentro de seis meses.
A prefeita Márcia Moura (PMDB) reconheceu que ainda existem falhas em relação ao serviço prestado pela empresa, mas ressaltou que está melhor do que se tivesse sido privatizado. “Temos um diálogo franco com o governador e com a Simone em relação à Sanesul. Problemas ainda existem em vários lugares, mas estamos cobrando a empresa para que ela dê a atenção necessária à população. Na quarta-feira, vou ter uma reunião com o governador para cobrar algumas coisas em relação à Sanesul”, frisou. “O Álvaro tem sido parceiro também. Sempre que há algum problema, ligo para ele”, acrescentou.
Outra questão que ainda tem gerado algumas reclamações é em relação aos “cortes” no asfalto para fazer novas ligações de redes de água e esgoto. A vice-governadora havia declarado que a empresa teria, no máximo, cinco dias úteis para tapar os buracos. Álvaro Calábria informou que, desde o ano passado, a Sanesul contratou outra empresa para fazer esse serviço, o qual passou a ser feito dentro do prazo.
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Serviço da Sanesul ainda é alvo de questionamentos
Prefeita reconhece que ainda existem falhas em alguns serviços
DISCORDA
O vereador Jorge Martinho (PMDB) discorda. Ele tem questionado que a Sanesul não está cumprindo com o que ficou acordado com o governo do Estado e Prefeitura. “Passou um ano e a empresa não desativou a água do Palmito, a qual os laudos já comprovaram que não é potável. Os buracos continuam não sendo tapados dentro do prazo estipulado”, comentou.
De acordo com o vereador, a Sanesul ainda não trocou o reservatório de água da Vila Piloto que está todo enferrujado, e os canos tapados com borracha. “Isso pode comprometer a qualidade da água que vai para as residências de mais de dez mil moradores. Para conseguir renovar o contrato, a Sanesul trouxe um monte de maquinários e começou a fazer várias obras. Depois de renovado, não existe mais nada disso. Foi só barulho”, disparou.
Ainda segundo Martinho, os investimentos anunciados pela empresa para os primeiros cinco anos já estavam previstos, pois são do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2) e pelo fato de a cidade ter atingido 100 mil habitantes. “Eles já anunciaram porque é um recurso garantido. Divulgaram também que vão investir mais de R$ 140 milhões em 30 anos. Mas, até lá, a arrecadação da empresa vai triplicar. Daqui a 30 anos, Três Lagoas vai ter um número bem maior de habitantes e, consequentemente, de ligações de água e rede de esgoto. Esse contrato foi feito sem o plano de saneamento básico, portanto não foi previsto o aumento de pessoas e da arrecadação”, esclareceu.
O gerente da Sanesul disse que a empresa tem realizado várias obras de melhorias na cidade e que algumas ainda estão em andamento, como é o caso das novas estações elevatórias de tratamento do Jupiá e do Planalto. Ele destacou também que o problema da falta de água em alguns bairros foi solucionado.