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Servidores conseguem abono salarial por mais dois meses, após negociação

Prazo será utilizado pelas categorias para reivindicações de melhorias; governo diz que gastos com salários está no limite

Categorias se mobilizaram na ALMS e conseguiram uma comissão para intermediar negociações - Luciana Nassar/ALMS
Categorias se mobilizaram na ALMS e conseguiram uma comissão para intermediar negociações - Luciana Nassar/ALMS

Depois de muito protesto e mobilização das categorias dos servidores públicos de Mato Grosso do Sul, o governo do Estado garantiu o abono salarial de até R$ 200 nos próximos 60 dias. O decreto foi publicado nesta quinta-feira (02) e os salários com o benefício foram publicados ontem nas contas e podem ser sacados neste sábado. 

No entanto, o funcionalismo público não comemorou a prorrogação do recurso que já faz parte do vencimento desde 2016 e estava previsto para ser incorporado no salário após a greve dos professores, em 2018. O que não aconteceu e a lei estadual que previa o pagamento até abril deste ano não foi renovada. 

“Na verdade não é uma vitória dos servidores. A gente conseguiu essa prorrogação. É um período para negociarmos, com a ajuda dos deputados estaduais desta comissão especial que foi criada para discutir a incorporação do abono, que já era prevista em lei e discutir ainda a revisão geral anual que é a inflação”, justificou o presidente do Sinpol/MS (Sindicato dos Policiais Civis de Mato Grosso do Sul (Sinpol), Giancarlo Miranda.

Os servidores esperam que as conversas comecem no início da próxima semana, já que o abono salarial ficará vigente até 31 de maio. “O governo tem que receber as categorias. Não dá para apenas ter direitos suprimidos. Somente discursos de déficit e limite prudencial estourado. Temos visto outra realidade. Comissionados todo os dias sendo nomeado. O governo deu aumento para ele mesmo e os secretariado. Diminuiu o teto do corte dos grandes salários. Então é uma política para os grandes salários e para os outros é política de crise”, completou Miranda.

Segundo o líder do governo na Assembleia Legislativa, deputado estadual, José Carlos Barbosa (PSDB), que integra a comissão especial, o diálogo será mantido. “Nós temos os números do primeiro quadrimestre, que encerra em maio e serão importantes para consubstanciar o processo dialógico do governo com os servidores. Além da questão do abono as categorias têm outras pautas as serem discutidas. Isso está atrelado ao binômio de necessidade e possibilidade”. 

A folha de pagamento injeta cerca de R$ 455 milhões na economia do Estado mensalmente. O montante é referente aos vencimentos de aproximadamente 75 mil servidores ativos, inativos e pensionistas.