Primeira mulher eleita vice-governadora de Mato Grosso do Sul, a ex-prefeita de Três Lagoas Simone Tebet, destacou neste sábado (1º), durante a solenidade de Posse dos Secretários Estaduais, a importância do pioneirismo feminino do cargo que ocupa e mostrou disposição para auxiliar a segunda gestão do governador André Puccinelli.
“Seja no desenvolvimento econômico, seja no desenvolvimento social, principalmente em um Estado com a dimensão que tem, com dois terços do Pantanal, áreas ecológicas a preservar, duas bacias como o rio Paraná – Paraguai, enfim, o desenvolvimento sustentável é o grande desafio. Como crescer garantindo a qualidade de vida e do meio ambiente, sem dúvida nenhuma é a grande questão que teremos de lidar”, disse Simone Tebet.
No que diz respeito a ser a primeira vice-governadora mulher, há uma grande responsabilidade, acredita Simone. “Primeiro por que em respeito às mulheres sul-mato-grossenses eu não tenho direito de errar, por que eu vou estar expondo a mulher e eu quero fazer isso da melhor forma possível. Quero que todo o Estado, como todo o Brasil, saiba que nós mulheres somos tão capazes, tão preparadas e tão prontas para, unindo forças com todos os homens públicos, fazer deste um grande País e de Mato Grosso do Sul o Estado de nossos sonhos”, espera Simone.
Após a aprovação na administração a frente da prefeitura de Três Lagoas, Simone reconhece que a participação feminina na política significa uma conquista, onde a sensibilidade é a maior contribuição. “Graças a Deus nosso momento chegou. Mas não gosto muito de fazer a distinção de gênero. O governador, embora seja homem, administra para homens e mulheres igualmente, e uma vice-governadora mulher precisa olhar da mesma forma. Mas claro que a mulher tendo pelo menos 30% de espaço na vida pública, traz consigo algo que os homens não têm, que é o coração de mãe, que tem um amor incondicional por tudo, não só pelos filhos, mas pelo mundo. Essa sensibilidade de mãe, mais do que de mulher, é fundamental numa gestão pública”, revela.
Em um discurso emocionado em que lembrou do pai, o ex-senador Ramez Tebet, falecido em 2006, Simone demonstrou seu entusiasmo com a política e a vontade em aprender com as dificuldades do ofício. “Não acredito necessariamente que Deus escolhe as pessoas capazes, acho que Ele capacita em seu devido tempo as pessoas. E é isso que eu vou fazer: aprender. Com este aprendizado, vou ajudar em todos os setores, tanto os que conheço melhor como também naqueles que ainda não domino por completo”, ressalta.
Próximos quatro anos
Simone acredita no preparo do governador para o que ainda precisa ser feito, sobretudo com o apoio do secretariado. “Esse será um governo muito mais maduro, com um corpo técnico, que é muito importante ressaltar que o governador escolheu pela competência. Por isso, tenho a certeza do sucesso desse governo, porque sei que as pessoas que estarão comandando as respectivas pastas são preparadas e competentes, compromissadas com a população”, avalia.
Experiência
Ex-prefeita de uma cidade referência em industrialização, Simone reconhece que oportunidades precisam ser criadas nos chamados grandes vazios territoriais. “Se nós pegarmos o norte, temos milhares de hectares de áreas improdutivas, não por incompetência do homem do campo, do produtor rural, mas porque ele não tem logística, não tem infraestrutura”.
A vice-governadora destaca que no primeiro mandato Puccinelli se pautou por dois projetos estratégicos. “A auto-suficiência energética, com os linhões de energia, que atraem indústrias para essas regiões distantes e devem preencher os vazios territoriais, além do segundo ponto, que são os projetos estratégicos na área de transporte, com mais de 800 quilômetros de pavimentação, investimentos no setor ferroviário e em aeroportos. Com isso, foi possível iniciar a integração e aproximar nossos municípios das áreas mais ricas e, principalmente, da área central”.
Com essas duas vertentes de investimentos e através do zoneamento ecológico que mapeou o Estado, permitindo que se conhecesse efetivamente Mato Grosso do Sul, Simone espera uma diversificação econômica consciente, que respeita potencialidades, condições e particularidades de cada região. “Turismo ecológico no Pantanal, indústrias alimentícias e usinas de álcool na região da Grande Dourados, exploração dos municípios menos favorecidos dando incentivos diferenciados para o setor de confecção, por exemplo”, destaca
A importância do setor primário não é esquecida pela vice-governadora. “O agronegócio sempre nos sustentou e continua nos sustentando, especialmente lembrando que nos próximos cinco ou dez anos por esses efeitos climáticos, a questão da falta de alimentos no mundo pode fazer com que os olhos do mundo se voltem para nossa região e, aí sim, seremos o celeiro do mundo. Portanto, não nos esquecemos do agronegócio jamais, mas para um Mato Grosso do sul forte, nós precisamos industrializá-lo. Porque é o setor secundário que gira a máquina da economia”, frisa.
Ela acrescenta ainda que a cada emprego gerado na indústria, muitas vezes três indiretos são criados no comércio. “A industrialização aliada a qualificação de mão-de-obra é a redenção de Mato Grosso do Sul, para que possamos alcançar nosso objetivo principal que é o desenvolvimento social e qualidade de vida para todos os sul-mato-grossenses”, completa.
Carreira política
Simone Nassar Tebet nasceu em Três Lagoas. Advogada – formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, com especialização em Ciência do Direito pela Escola Superior de Magistratura e mestrado pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC) – foi professora universitária. Foi eleita deputada estadual em 2.002. Primeira mulher eleita para a prefeitura de Três Lagoas. Foi consultora técnica jurídica da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul e diretora técnica legislativa.