A abertura da CPI do MEC, como está sendo chamada a possível Comissão Parlamentar de Inquérito para apurar irregularidades no Ministério da Educação sob o comando de Milton Ribeiro, já conta com as 27 assinaturas necessárias para ser requerida à mesa diretora do Senado. A lista conta com o apoio de apenas uma parlamentar de Mato Grosso do Sul.
Enquanto a pré-candidata a presidência da República, Simone Tebet (MDB), manteve sua linha crítica perante o governo de Jair Bolsonaro, Nelsinho Trad (PSD) e Soraya Thronicke (União Brasil) seguiram caminho inverso do dela e não assinaram o documento.
Sob responsabilidade do senador amapaense Randolfe Rodrigues (Rede), a busca por assinaturas se tornou polêmica após Rose Freitas, do MDB do Espírito Santo, afirmar que a assinatura dela no documento foi fraudado, já que ela não teria assinado do documento.
Contudo, Randolfe nega que tenha havido qualquer tipo de fraude e afirma que sequer há evidência, qualquer que seja, que isso tenha ocorrido. Na opinião do senador Rose tenta abafar as investigações, tornando essa situação uma cortina de fumaça.
JUSTIFICATIVA
À reportagem da CBN Campo Grande, Nelsinho justifica sua opção por não assinar o pedido de abertura da CPI por entender que as denúncias "já estão sendo fiscalizadas pelos órgãos de controle". CGU (Controladoria-Geral da União), TCU (Tribunal de Contas da União) e PF (Polícia Federal) são os órgãos que já estão investigando a situação.
"CPI em ano eleitoral tem desvio de finalidade. No calor do debate eleitoral acaba querendo holofote, no sentido de ter ganho político ao invés da busca pela verdade", frisa Nelsinho, que é do PSD, sigla de seu irmão Marquinhos Trad. A reportagem também entrou em contato com a assessoria de imprensa de Soraya, mas até o fechamento não obteve resposta.
DENÚNCIAS
Tudo começou quando foi descoberto um esquema de cobranças, feitos por pastores evangélicos que seriam ligados ao presidente Jair Bolsonaro e ao então ministro Milton Ribeiro, para que verbas do MEC e FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação) fossem liberadas.
Reveladas pela imprensa, as denúncias tiveram como pivô os prefeitos de cidades do interior do Nordestes, que relataram até compra de Bíblias e pagamento em ouro como forma de suborno. Os pastores não faziam parte do ministério, mas diziam ter influência no local.
Semanas depois dos primeiros relatos virem à tona, Ribeiro não resistiu à pressão e acabou pedindo para sair da pasta a qual ocupava por indicação de líderes evangélicos. O ex-ministro pastor presbiteriano e conselheiro da Universidade Mackenzie, de São Paulo (SP).