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"Temos que investir na qualidade das escolas e dos educadores"

Pela primeira vez na história de Mato Grosso do Sul uma mulher ocupará o cargo de vice-governador.

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Pela primeira vez na história de Mato Grosso do Sul uma mulher ocupará o cargo de vice-governador. Os três principais partidos que disputam a eleição para governador contam com mulheres para o cargo de vice. A esteticista Ivone Deodoro da Silva Siqueira é a candidata a vice-governador ao lado de Nei Braga (PSOL). Em entrevista exclusiva do Jornal do Povo, ela se autodenomina representante do “povo humilde” da região do Bolsão.

Jornal do Povo: Fale um pouco de você e de sua trajetória política

Ivone: Tenho 65 anos e sou de Paranaíba. Como uma mulher do povo, herdei do meu pai o interesse e o amor pela militância política. Sou casada, tenho três filhos e 4 netos. Há 40 anos exerço a profissão de esteticista. Não tive oportunidade de fazer faculdade, mas posso dizer, com orgulho, que sou uma cidadã consciente, acompanho a vida do meu País e do meu Estado. Fui candidata à vereadora pelo PSDB.  Entrei para o PSOL  porque me identifiquei com uma causa que valoriza a dignidade do ser humano, na prática e não apenas na teoria. Não sei falar difícil, nem sei fazer teorias acadêmicas. Sou uma pessoa do povo humilde, não tenho vergonha de dizer que sou cabeleireira. Tenho orgulho do meu trabalho. Sou consciente e com muita força pra lutar.

Jornal do Povo: Como surgiu a idéia de ser candidata a vice-governadora?

Ivone: Sempre fui uma pessoa preocupada com problemas além do plano pessoal. Minha condição humilde não foi empecilho para que eu visse o mundo de uma forma coletiva. Também acho que a política agora está valorizando mais o papel da mulher na sociedade e o PSOL não pensaria diferente. Por isso aceitei lutar ao lado de Nei Braga porque quero somar com os objetivos do partido nessa campanha.

Jornal do Povo: Quais as propostas para o Estado?

Ivone: Vou ser bem sincera com vocês. Quando fazem uma pergunta dessas, a gente já se imagina no cargo, não é? Em nenhum momento deixo de lutar e de acreditar no PSOL, mas tenho que responder como hipótese, porque esse direito todo cidadão brasileiro tem, que é o de pensar no seu país, de analisar os governos e de como ele gostaria que as coisas funcionassem em alguns pontos. Minhas propostas para o estado são muito voltadas para a Educação, principalmente. Temos que ter estradas, indústrias, comércio, mas temos que investir na qualidade das escolas e dos profissionais que carregam essa responsabilidade.

JP: Caso PSOL fosse eleito, como seria a forma de governar?

Ivone: O PSOL é um partido pequeno, mas não é limitado. E, eu vejo que ninguém governa sozinho. Principalmente os grandes partidos são os primeiros a fazer alianças. É claro que, na hipótese do PSOL ocupar um governo, ele teria que ter um círculo muito forte de aliados. Mas, o importante é nosso partido também aproveitar essa eleição para se fortalecer dentro do estado.

JP: Pretende estar à frente de alguma secretaria? Como seria a sua atuação?

Ivone: Acho que um vice, antes de assumir uma secretaria só, ele tem que ser um aliado no dia a dia da vida do Estado e tem que ter capacidade para pensar em todos os assuntos.

JP: O projeto de governo do PSOL contém planos para Três Lagoas? Para o Bolsão sul-mato-grossense?

Ivone: Sou do Bolsão. Cresci em Paranaíba e, por muito tempo, meu pólo foi Três Lagoas.  Acompanhei Três Lagoas desde que era uma cidade pequena, até o que ela representa – uma região industrial. Três Lagoas tem que continuar nesse caminho. Caso eleita, pretendo dar continuidade em um trabalho que considero exemplo.