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"Terceiro mandato chama-se Dilma", afirma assessor de Lula

Segundo Carvalho, o partido precisa aproveitar o bom momento do governo federal nas pesquisas para consolidar uma nova liderança

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O chefe de gabinete da Presidência Gilberto Carvalho afirmou ontem, em São Paulo, que o PT e os partidos da base aliada devem abandonar as discussões em torno de um possível terceiro mandato para Luiz Inácio Lula da Silva.

"Não é vontade do presidente Lula, não é vontade do partido. O terceiro mandato chama-se Dilma Rousseff", disse ele, em referência à pré-candidatura da ministra da Casa Civil ao Planalto no ano que vem.

Segundo Carvalho, o partido precisa aproveitar o bom momento do governo federal nas pesquisas para consolidar uma nova liderança. "Temos um novo sonho para ser acalentado junto com a população."

O presidente nacional do PT, deputado federal Ricardo Berzoini (SP), também tratou de esfriar os ânimos dos petistas que pretendem alterar a Constituição. "O PT acha mais importante e politizador defender o terceiro mandato do projeto iniciado por Lula", afirmou.

José Genoino (SP), também deputado federal e ex-presidente da sigla, seguiu a mesma linha, afirmando que "o terceiro mandato é a candidatura da companheira Dilma".

Os três participaram do encontro da corrente CNB (Construindo um Novo Brasil), hegemônica no partido.

Disputa interna

O evento, que tem encerramento previsto para hoje, em hotel da capital paulista, deve indicar o nome de José Eduardo Dutra, ex-senador (SE) e presidente da BR Distribuidora, para comandar o PT na sucessão de Lula.

"O José Eduardo está em ascensão nesse processo de escolha", disse Carvalho, que foi impedido pelo próprio Lula de concorrer. "O presidente disse que precisa contar comigo a seu lado no Planalto", justificou.

As eleições da sigla estão marcadas para dezembro. "Se eu for o indicado, vou com muita disposição", afirmou Dutra.

O ex-ministro José Dirceu, no entanto, chegou ao encontro afirmando que há outros nomes em condições de presidir o PT e citou o de Marco Aurélio Garcia, assessor especial da Presidência para assuntos internacionais. Ele, no entanto, estaria impedido pelo estatuto da sigla de concorrer, uma vez que ocupa cargo de comando há três gestões.

Genoino trabalhou ontem em busca de uma opção da CNB que evite uma disputa com outras correntes. "A construção da vitória de nossa candidata [nas eleições para presidente da República em 2010] e de maioria no Congresso, lado a lado com nossos aliados, deve, em princípio, subordinar os objetivos e interesses regionais e os projetos individuais", diz trecho de manifesto assinado pelo deputado.

"O nome à disposição hoje é o de José Eduardo Dutra. Se surgirem outros, nós vamos avaliar", disse Berzoini. Apesar do desejo da CNB de evitar uma disputa, as demais correntes do PT se articulam em busca de uma outra candidatura.