Em 97% das negociações salariais feitas no primeiro semestre deste ano, o trabalhador garantiu reajustes iguais ou acima da inflação. Esta informação consta do balanço divulgado pelo Departamento Intersindical de Estudos Socioeconômicos (Dieese divulgado).
Foram avaliadas 290 negociações salariais em comparação ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do IBGE acumulada desde o último reajuste. "Trata-se de um desempenho melhor que o obtido pelas mesmas 290 unidades de negociação nos anos de 2008 e 2009, quando o porcentual de negociações com reajustes iguais ou superiores ao índice foi de, respectivamente, 87% e 93%", destacou o órgão em comunicado à imprensa.
Segundo análise do Dieese, a melhora no resultado dos reajustes em 2010 frente ao observado nos dois anos anteriores é um indicativo do bom momento por que passa a negociação coletiva brasileira, em sintonia com a evolução dos indicadores econômicos do País.
O levantamento mostrou ainda que, na indústria, apenas 2% dos reajustes ficaram abaixo do INPC no primeiro semestre. Nos dois anos anteriores, esse porcentual chegou a quase 9%. No comércio, apenas uma das 37 unidades de negociação acompanhadas (3%) apresentou reajuste insuficiente para a reposição das perdas inflacionárias.
O setor de serviços foi o que apresentou a maior proporção de reajustes abaixo do índice, mas o Dieese acrescentou que também neste caso houve redução no número de negociações que não conseguiram recompor o poder de compra. Cerca de 4% dos reajustes do setor ficaram abaixo da inflação.