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Trabalhadores rejeitam proposta do Governo para enfrentar crise

Depois de reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e quatro ministros, representantes de seis centrais sindicais descartaram as propostas do governo, que prevêem flexibilizações, como a redução da jornada de trabalho sem corte de salários e a redução de encargos trabalhistas para empregadores que não demitirem em tempos de crise, além de menor recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).
“Todas essa discussão que foram fruto de uma proposta ou discussão levantada pelo Ministério da Fazenda foi colocada de lado na reunião. O que queremos é discutir medidas como redução da taxa de juros e medidas pontuais para os setores mais impactados pela crise”, disse o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Arthur Henrique Silva.
O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, chamou as propostas de “fantasma da Semana Santa” e disse que a adoção delas significaria admitir uma crise generalizada. Segundo Paulinho, as propostas foram descartadas. “Isso significaria que o governo está admitindo que é uma crise generalizada e que teria que mexer com direito do trabalhador para superar a crise. O presidente entendeu que é um erro. Há uma crise setorizada e, para cada setor, o remédio é diferente”, observou.
Segundo o presidente a Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Antônio Fernandes Neto, esse não é o momento de promover mudanças nos direitos dos trabalhadores. “No momento, precisamos fortalecer o mercado interno, e isso não acontece tirando direitos dos trabalhadores”.
O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, afirmou, após a reunião, que nenhuma proposta do governo será posta em prática antes de estar acertada com as centrais sindicais.
Além de Lupi, participaram da reunião os ministros do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, Dilma Rousseff, chefe da Casa Civil, e Luiz Dulci, secretário-geral da Presidência da República.