O Ministério da Saúde solicitou a devolução de R$ 3 milhões que foram pagos para a Sociedade Beneficente do Hospital Auxiliadora de Três Lagoas. O recurso destinava-se a aquisição de um acelerador linear que é utilizado no tratamento de radioterapia para combater o câncer. O deputado federal Geraldo Resende (PMDB), em junho de 2014, foi quem conseguiu a aprovação e liberação do valor. O Ministério da Saúde alega que o hospital não providenciou estrutura física para instalação do equipamento, ou seja, não tem local apropriado para o seu funcionamento.
Depois de uma visita ao hospital, representantes do Ministério da Saúde, constataram a ausência de projeto de instalação e apresentaram um relatório circunstanciado sobre o que constataram, recomendando a devolução do valor destinado ao Hospital Auxiliadora.
REVOLTANTE
O deputado Geraldo Resende declarou nesta semana que é revoltante quando um determinado gestor tem de devolver valores conquistados em Brasília. “Estamos em um ano de crise, todos os investimentos estão sendo cortados. Quando conquistamos arduamente valores a serem investidos em uma área prioritária com o objetivo de descentralizar e aproximar o paciente no tratamento contra uma das doenças mais tristes, o hospital não consegue apresentar nem o projeto de construção do bunker. É um profundo descaso com a saúde pública”, desabafou o parlamentar.
Ainda de acordo com o deputado, o Hospital Auxiliadora demonstrou a intenção de terceirizar o serviço de oncologia. “Uma ação totalmente reprovável. Enquanto Três Lagoas perde esses valores, outros municípios vinculados na área de referência portadores da doença também não serão beneficiados. Objetivávamos transformar Três Lagoas em um polo de tratamento contra o câncer para atender toda a região e desafogar Campo Grande. Esse sonho alicerçado por um planejamento regionalizado foi destruído pela não observância de uma das mais comezinhas regras que norteiam o Sistema Único de Saúde”, disparou o deputado.
A conquista desse investimento do Ministério da Saúde ocorreu depois de dezenas de audiências do deputado no Ministério da Saúde. Os recursos estavam disponíveis desde agosto de 2014 em conta vinculada, mas em maio deste ano, foi solicitada a devolução.
ONCOLOGIA
Em junho deste ano, um grupo de médicos que atende no Hospital Auxiliadora, anunciou a construção do Instituto do Câncer de Três Lagoas, em uma área no bairro Montanini, próximo a BR-158, na saída para Selvíria. A princípio, esse instituto iria funcionar dentro das instalações do Auxiliadora.
Os R$ 3 milhões liberados pelo Ministério da Saúde para a compra do acelerador linear seriam utilizados para a implantação do serviço de radioterapia, que não é oferecido em Três Lagoas. Entretanto, a direção do hospital entendeu que essa obra não seria mais viável dentro da sua área. Em razão disso, por não ter destinado local para a construção do bunker para abrigar o acelerador linear para radioterapia, o Ministério da Saúde decidiu cancelar o projeto em Três Lagoas. O deputado criticou a postura da direção do hospital, que optou em terceirizar o serviço, ao invés de oferecer o atendimento dentro do próprio hospital.