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Troca de acusações domina 1° debate entre candidatos

A platéia não poupou manifestações, vaias, aplausos, expressões diante do tema Educação, assunto central das discussões desta terça-feira

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Historicamente reduto do PT, a Fetems lotou o auditório hoje para o primeiro debate entre os três candidatos ao governo de Mato Grosso do Sul. Já na porta, cabos eleitorais dividiam os espaço entre o “azul” e o “vermelho”, cores símbolos do PMDB e PT, respectivamente.

A platéia não poupou manifestações, vaias, aplausos, expressões diante do tema Educação, assunto central das discussões desta terça-feira.

O governador foi o principal alvo das manifestações e por vezes pediu a colaboração ao público. “Nós somos todos da Educação”, brincou Puccinelli, diante de representantes de partidos e, principalmente, de lideranças sindicais de Campo Grande e do interior.

Delegados foram selecionados para dirigir perguntas aos 3 candidatos, em etapa mais quente do debate. Nitidamente, partidários de um ou de outro lado lançaram questionamentos carregados de críticas.

Pontos exaustivamente abordaram foram questões polêmicas como atraso de pagamento, ADI contra lei do piso nacional do magistério, falta de professores, uso de material oficial para campanha eleitoral.

André investiu na comparação em números, escolas construídas (16), quadras de esportes (124), reformas e ampliações, com recursos próprios de R$ 42 milhões e R$ 39 milhões do governo federal. “Temos um governo competente e uma secretaria competente. Uma das três melhores do País”.

André lembrou, por exemplo, de dívidas deixadas pelo antecessor em relação ao décimo-terceiro salário dos servidores estaduais e do transporte escolar para municípios.

Sobre o salário dos professores, o governador citou que, em 2006, último ano do governo Zeca, Mato Grosso do Sul tinha o sexto melhor salário no País. No ano passado, disse, o salário dos professores no Estado passou a ser o quarto e hoje, no ranking atualizado, conforme André, é o terceiro.

“Nossas prioridades são, ter passado o salário pago no décimo dia, para, compromisso asssinado, pagar no quinto dia, em 2008, e em 2009, pagar-se, como temos feito até hoje, no primeiro dia útil ”.

Oposição
Por duas vezes Zeca se comprometeu a retirar do STF (Supremo Tribunal Federal) a Adi – Ação Direta de Inconstitucionalidade, movida por governos, entre eles o de Mato Grosso do Sul.

Assegurou que vai reforçar o FIC (Fundo de Incentivo à Cultura) e o FIE (Fundo de Investimento Social), como política de combate a problemas como a falta de lazer e de ocupação a crianças, adolescentes e jovens.

Zeca também assumiu como compromisso aprimorar critérios para seleção de professores e professoras contratados. Prometeu fazer levantamento sobre deficiência no número de professores e técnicos administrativos para então realizar concurso público.

Outro ponto destacado foi a devolução da autonomia financeira da UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul) e a importância de projetos como bolsa universitária.

Alternativa
Nei Braga atacou mais Zeca do que Puccinelli. Criticou o governo Lula e lembrou do último ano de governo Zeca, quando servidores tiveram de pedir adiantamento salarial ao Banco do Brasil, por falta de dinheiro para os salários.

O candidato do PSOL atacou políticas econômicas, explorou o discurso contra o capitalismo e bateu na tecla da mudança. “Se Mato Grosso do Sul não está muito bem, eu tenho uma contribuição, você contribui. Querem mudar, estou oferecendo uma opção”, destacou.

Combate
Principais rivais, André e Zeca trocaram acusações durante todo o tempo. No primeiro confronto direto, durante pergunta entre os candidatos, Puccinelli provocou o rival.

“Zeca o que você acha do programa instituído “Além das Palavras”. De pronto o petista respondeu: “Que programa?” E emendou:“confesso que nunca ouvi falar”.

Puccinelli disse que é lamentável que um ex-governador desconheça e “trate com chacota o programa”, que tiveram 214 escolas envolvidas. “Ferramenta de cesta de livros que acrescentou aos alunos Ideb 0,4 a maior do que antes”.

“Essa é a famosa pegadinha”, respondeu Zeca, partindo para o ataque. “Nem a secretária dele sabe. Ele faz tudo, decide até a diária do piloto que pilota o avião. É uma máquina. Nem a secretária dele sabe”

Na sequência, o ataque veio de Zeca do PT, novamente sobre o fato do governador ter acionado o STF contestando lei do magistério.

“Seu Zeca do PT, o senhor está desinformado”, cutucou o governador. “A Adin proposta é só contra a hora atividade, porque a Lei de Diretrizes e Bases diz que poderá ser até 25% e aqui aplicamos isso. Fomos o primeiro estado a aplicar o piso nacional”, respondeu Puccinelli.

Ao fim do debate, a Fetems entregou reivindicações aos 3 candidatos e ouviu propostas.