Embora a internet e as redes sociais nela inseridas estejam na posição de mídias mais comentadas na campanha para a Presidência da República deste ano, é ainda na televisão que o PT aposta a maior parte de suas fichas para divulgar a candidata Dilma Rousseff. O primeiro programa do partido exibido no último dia 13 de julho provocou efeitos imediatos no nível de conhecimento sobre a candidata. As pesquisas qualitativas realizadas internamente pela legenda captaram esses efeitos e demonstraram o poder de influência da TV no processo eleitoral.
“As pesquisas qualitativas que realizamos em seguida ao programa demonstraram que o aproveitamento do conteúdo exibido foi extraordinário. Dilma já vem em nível crescente de conhecimento. Identificamos que para aumentar o conhecimento de nossa candidata e sua identificação com o presidente Lula, o programa foi muito efetivo”, disse o deputado André Vargas, secretário de Comunicação do PT.
A propaganda eleitoral gratuita em rádio e TV começa no dia 17 de agosto e será veiculada até 30 de setembro. A coligação Para o Brasil Seguir Mudando reúne 10 legendas (PT, PMDB, PCdoB, PDT, PRB, PR, PSB, PSC, PTC e PTN) em torno da candidatura de Dilma e terá 42% do tempo de 25 minutos de cada bloco de propaganda. Isso equivale a dez minutos e 26 segundos. O candidato tucano, José Serra, terá sete minutos e sete segundos. A candidata do Partido Verde, Marina Silva, terá um minuto e 13 segundos.
O programa de Dilma é mantido a sete chaves pelo publicitário João Santana, e de acordo com Vargas, tem influência direta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Quem sabe do programa é o João Santana e o Lula. Não dá para adiantar nada. O que sei é que tudo será feito para apresentar a dimensão nacional da Dilma, sua história, seu comprometimento com o governo de Lula. As pessoas querem votar em quem elas têm confiança. Em quem elas têm intimidade. Vai ser por aí”, disse Vargas.
Além do programa gratuito, pequenas inserções serão veiculadas na programação das emissoras de TV. “Se o programa eleitoral tem um bom efeito, as pequenas inserções na programação normal das televisões têm esse efeito triplicado. Nesse caso, tem que se saber para qual público estamos falando e estamos tomando esses cuidados”, afirmou o secretário de Comunicação do PT.
No início do ano, o partido chegou a investir pesado na formação de sua comunicação via internet, inclusive com a contratação de consultoria do marqueteiro Ben Self, que dirigiu a campanha presidencial de Barack Obama pela rede mundial de computadores. No entanto, a internet ainda não serve à comunicação de massa e na avaliação de André Vargas, tem um uma função mais efetiva para organizar a militância e unificar o discurso.
De acordo com a última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), coletada em 2008 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o percentual de domicílios no país com acesso à internet era de 23,8% (13,7 milhões de domicílios).
Um programa de TV atinge atinge um alvo maior de brasileiros por noite, segundo avaliação do sociólogo e presidente do Intituto Vox Populi, Marcos Coimbra. “Mesmo em eleições frias, com baixa audiência, um programa alcança perto de 45 milhões de pessoas por noite, cerca de 30% do eleitorado”, disse.