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Editorial

UFN-3 se arrasta no tempo

Leia o Editorial desta edição do Jornal do Povo

Leia o Editorial desta edição do Jornal do Povo - Arquivo/JP
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No ano de 2011 a Petrobras deu início a construção da fábrica de fertilizantes em Três Lagoas, quando,  então, recebeu área de terreno e todos os benefícios e incentivos fiscais para facilitar a sua edificação. Em menos de quatro anos esta obra foi paralisada em consequência do escandaloso desvio de verbas na própria Petrobras, que teve um efeito nocivo e de terríveis consequências financeiras aos país e aos seus fornecedores, os quais não receberam até hoje pelo que entregaram e prestarem como serviço. Esta fábrica era e é de transcendental importância para o agronegócio brasileiro, que é dependente em 70% na importação de fertilizantes. 

A produção de amônia e ureia contribuirá para estancar a evasão de divisas, e, sobretudo, diminuir custos para o agricultor brasileiro que produz grãos e faz da própria atividade o principal fator de exportação do nosso país. Sem contar, que faz do país o mais destacado produtor de alimentos do mundo.

A operação Lava Jato, que alcançou escandalosamente o sumidouro de dinheiro da Petrobras, identificou que entre fatos apurados a má gestão na construção da UFN-3.  O consórcio Sinopec Brasil e Galvão Engenharia paralisaram a construção há dez anos, e a partir daí, o que foi construído, entre 70 e 80 por cento do previsto para sua conclusão, sofre a ação do tempo e se deteriora, além do vandalismo e desvio do que se pode remover.

A Petrobras trás a sete chaves esse assunto, não se pronuncia e nem informa as condições de conservação da obra. Tenta, simplesmente passar para frente o empreendimento dando tratamento que deu  à sua rede de postos de gasolina, que se desfez. Os russos, maiores produtores de fertilizantes derivados do gás natural manifestaram interesse, mas recuaram prestes a concluir a compra da fábrica no exato momento da deposição do então presidente boliviano na época.

A instabilidade política boliviana mostrou aos compradores que não é conveniente ficar à mercê de fornecedor estrangeiro do gás. Indicaram que para prosseguir as tratativas a Petrobrás é quem deve se comprometer a fornecer a matéria prima. Mas, as negociações não andam e tudo se emperrou. E, nenhuma autoridade brasileira, entre elas, diretores da Petrobras, parlamentares da bancada federal no Congresso Nacional – deputados e senadores, além das autoridades estaduais, consegue informar sobre o destino dessa indústria. Será sucateada e desmontada para aumentar mais ainda os prejuízos aos cofres públicos, ou se será concluída, quando e por quem.

Nem vamos tratar de maneira aprofundada a questão da geração de emprego e renda,  economia de divisas, assim como o abastecimento facilitado e o menor custo para o agricultor brasileiro.

A impressão que nos três lagoense temos, é de que está faltando empenho por parte de todas as autoridades constituídas por nós próprios – os cidadãos sul mato-grossenses na resolução desta questão, pois quando se busca ouvir nossos representantes as respostas são evasivas e sem perspectiva de quando ou não concluirão a obra. Enquanto parada, continua se deteriorando e o país, mais ainda se submete aos preços exorbitantes dos fertilizantes diante da disparada do dólar. Fica a pergunta, até quando? E ou não será considerada prioridade nacional e do próprio Estado de Mato Grosso do Sul o encaminhamento e solução essa questão. Enquanto isso, inconformados estamos aguardando respostas.