Aurélio Buarque de Holanda diz que paraquedismo é esporte praticado por “indivíduo que salta de paraquedas, principalmente de aeronaves”. O Dicionário Informal da Internet, semelhante ao Wickpedia, aponta que paraquedismo se refere a ato de “alguém que consegue um cargo ou benefícios ilícitos utilizando a astúcia ou a negligência dos demais interessados”. Ambos estão corretos quanto ao esporte e, por mais contencioso que seja, à política.
É em época como essa de agora que o paraquedismo político se torna o “esporte” mais praticado. Em todo o país se vê políticos saltando de suas aeronaves (partidos) sobre alvos (cidades/eleitores) como se trouxessem o suprimento, remédios, soluções, como soldados em socorro a refugiados, reféns ou mesmo a alpinistas perdidos em montanhas.
Como os demais estados, Mato Grosso do Sul não está imune ao paraquedismo político. Agora mesmo, antes do início oficial das campanhas, políticos de todas as regiões visitam as cidades, negociam apoio com lideranças locais e se comprometem como tudo o que for sugerido. Até aí tudo bem. Só que, depois de eleitos, geralmente desaparecem até o próximo salto/campanha.
Eleger candidatos desvinculados da comunidade onde o eleitor mora tira deste o acesso ao escolhido. Entre eleitor e político surge uma distância que não se rompe porque falta identidade, falta raiz e compromisso real com as necessidades da localidade.
Votar em candidatos nascidos, crescidos ou radicados na cidade é a alternativa mais segura para evitar que, depois de eleitos, políticos desapareçam ou o contato com os mesmos seja dificultado pela distância. O escolhido deve ter relação direta com a comunidade, saber de suas necessidades, deficiências e potenciais. E isso só sabe quem mora na cidade e tem com ela relacionamento positivo!
É hora, sim, de defender o bairrismo eleitoral, rejeitando o oportunismo político e fazendo prevalecer a real dedicação da política: servir à comunidade.