O senador Valter Pereira (PMDB-MS) afirmou, da Tribuna, que o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) deveria fazer um discurso para apresentar as "evidências e provas" de que "boa parte do PMDB quer mesmo é corrupção", como sustentou em entrevista à revista Veja. Para ele, da forma como Jarbas se expressou, "todos que exercem quaisquer funções políticas representando o partido ficam sob suspeição".
Segundo o senador, “se há uma parte que se liga à corrupção, certamente há uma outra que está comprometida com propósitos decentes e virtuosos. Acontece que o ilustre companheiro não distinguiu as duas bandas. Ao agir assim, lançou dúvidas sobre todos. Para evitar que sua fala seja leviana, o eminente parlamentar tem o dever de separar o joio do trigo”, disse.
O senador lembrou que o deputado Ulysses Guimarães proclamava que "a corrupção é o cupim da República". Ele disse concordar com a afirmação, acrescentando que os partidos políticos "não estão imunes à presença desse cupim", observou.
“Basta correr os olhos em nossa crônica política. Qual foi o partido político que não teve alguma de suas lideranças envolvidas em alguma denúncia de corrupção? E é o próprio denunciando quem reconhece essa dura realidade. É dele a seguinte resposta: “A corrupção está impregnada em todos os partidos” – disse.
Valter Pereira, filiado ao seu partido desde 1966, lembrou que o jornalista da revista Veja que entrevistou o parlamentar perguntou por que Jarbas Vasconcelos não deixava o PMDB, tendo o senador respondido com outra pergunta: "Se eu sair daqui, irei para onde?"
Para Valter Pereira, a resposta a essa pergunta é expressão de desolamento. “Em tais circunstâncias, alguns escolhem o monastério, e nem sempre seguem esse caminho sem, antes, lançar pedradas. No meu caso, prefiro continuar na luta sem me silenciar, seguindo o preceito de Martin Luther King, que disse: “O que me preocupa não é o grito dos maus e, sim, o silêncio dos bons” – afirmou.
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