O governo da Venezuela decidiu intervir nos quatro bancos que controla desde o dia 20 deste mês, por irregularidades e insolvência, e decretou o fechamento de dois deles, anunciou o ministro da Economia e Finanças, Alí Rodríguez.
"A intervenção aberta permitiu perceber que os quatro bancos tinham um desempenho negativo e, por isto, foi decretada a intervenção a portas fechadas", declarou o ministro.
Os bancos afetados são Canarias, BanPro, Confederado e Bolívar Banco. No caso de Canarias e BanPro, "a intervenção revelou que o dano causado foi de tal dimensão que comprometeu a solvência das instituições, e por isto procede a intervenção a portas fechadas e o decreto de liquidação" das duas instituições, destacou Rodríguez.
O ministro afirmou ainda que o Estado determinará as normas para proteger os direitos dos trabalhadores, correntistas e credores dos bancos.
Já o Bolívar Banco e o Confederado registram um dano menor e podem ser recuperados, mas como medida preventiva o governo venezuelano também decretou a intervenção a portas fechadas. As quatro instituições representam 5,7% do sistema bancário local.
No dia 20, o ministro havia informado que entre as irregularidades que os bancos teriam cometido estão: o aumento de capital sem especificar a origem dos fundos, a repartição de dividendos sem autorização e a realização de operações proibidas com empresas coligadas. O superintendente venezuelano dos bancos, Edgar Hernández, lembrou à época que havia medidas administrativas contra essas instituições financeiras desde 2008.
Ontem, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, ameaçou nacionalizar qualquer banco ou até todo o sistema financeiro se seus dirigentes insistirem em descumprir a legislação local e usarem as instituições para benefício pessoal.
O líder venezuelano pediu que as autoridades judiciais condenem os responsáveis pelas irregularidades que resultaram na intervenção do governo este mês em quatro bancos pequenos.
"Digo isto a todos os banqueiros privados do país: aquele que cometer deslizes, perde; qualquer que seja o tamanho do banco, vou retirá-lo daquele que cometer deslizes. Nada me importa", afirmou Chávez durante seu programa semanal de televisão, "Alô, Presidente".
Além disso, ele acrescentou que poderá estatizar todo o sistema, se necessário. "Querem que nacionalize os bancos? Bom, não tenho problema com isso", declarou.