O vereador Jorge Martinho (PSD) disse que está tranquilo quanto a essa denúncia e classificou essa situação como sendo de motivação política, em razão das eleições municipais. O parlamentar afirmou que isso se deve às denúncias que ele tem feito na Câmara contra a administração municipal.
“É uma forma de me intimidar para que eu desista do meu papel de fiscalizar os atos da atual administração, mas não vão conseguir. Isso é desespero da prefeita porque sabe que vai perder as eleições para o Ângelo Guerreiro, que é meu companheiro e nosso futuro prefeito”, disse Martinho.
Para Jorge Martinho, o PMDB está querendo fabricar fatos para que a população fique em dúvida sobre sua conduta. “Isso não vai me intimidar, pois nunca fiz nada ilegal. Pelo contrário, tenho feito o meu papel de fiscalizador, inclusive, solicitando informações no Ministério Público a respeito dos marmitex, do contrato com a empresa de coleta de lixo, entre outros”, disse.
Quanto à denúncia de dupla jornada remunerada, o vereador explicou que, logo após ser eleito, a secretária de saúde, na época, com aval da ex-prefeita Simone Tebet, solicitou que ele continuasse prestando serviço como sanitarista, já que é concursado nessa área e poderia continuar contribuindo com os projetos que estavam em andamento. Jorge ocupou o cargo por seis meses. Ele informou que a legislação permite que vereador exerça outra função desde que o horário não seja o mesmo no qual deveria estar trabalhando na Câmara.
Entretanto, na denúncia consta que Jorge Martinho teria obtido diária como vereador, mas assinado a folha de ponto no Samu, no dia em que viajou. Ele informou que foi lotado no Samu por conta da compatibilidade de horário, mas que prestava diversos serviços para a Prefeitura. “Têm duas diárias que eles podem alegar que eu assinei o ponto e estava viajando, mas posso comprovar que participei de um congresso de vereador. O fato de coincidir de o ponto estar assinado e eu estar viajando não têm nada a ver, pois eu poderia ter prestado um serviço no final de semana, por exemplo, ou em horário em que não dava para assinar a folha de ponto, então assinava depois”, argumentou Martinho.
Ainda, de acordo com Jorge Martinho, todas essas informações serão apresentadas ao promotor, o qual deu um prazo de 20 dias para ele se manifestar sobre o assunto. “Quero deixar claro que não existe nenhum pedido do promotor para a abertura de uma CPI, pois ele ainda está apurando a denúncia”, frisou.
Após reunião com os demais vereadores na manhã de ontem, Martinho disse que Antônio Empke Junior, o Tonhão (PMDB), líder da prefeita na Casa, foi o que mais demonstrou interesse na abertura da CPI. Para Jorge, a denúncia deve ter partido do vereador Tonhão. “Como líder da prefeita, ele está sempre defendendo o indefensável, ou seja, os atos da administração. Faltou coragem do vereador Tonhão em ter assumido a denúncia, pois as pessoas têm que assumir os seus atos”, alfinetou.
Mesmo que tenha seu mandato cassado pela CPI, Martinho disse que irá recorrer à Justiça, a qual, através do próprio inquérito civil, irá comprovar sua inocência. “Se necessário, vou recorrer à justiça o direito de exercer o mandato que o povo me deu. Isso tudo se deve ao fato de eu ser ligado ao Guerreiro e de ter contribuído para o sucesso que ele tem conseguido nas ruas. Essa questão só servirá para nos dar mais força eleitoral. Eles estão incomodados com a nossa união e com o que estamos conseguindo mostrar nas ruas”, acrescentou.