As últimas sessões da Câmara Municipal Três Lagoas têm sido tumultuadas, e na maioria das vezes, tem boa parte do tempo, destinada para acusações de uma minoria de vereadores contra os próprios colegas e Mesa Diretora, como ocorreu na segunda-feira (2), quando o vereador Paulo Verón (SD), oposição a administração de Três Lagoas e a direção da Casa Legislativa, usou a tribuna para ler denúncias anônimas e sem provas.
A postura de Paulo Veron na Câmara tem gerado descontentamento por parte dos vereadores, que estão cansados em ouvir o mesmo assunto abordado pelo vereador, em todas as sessões. A maioria dos vereadores afirma que existem questões mais importantes para serem discutidas em prol da população do que ficar lendo denúncias infundas e anônimas na tribuna da Câmara.
Veron que tem se dedicado desde o início do seu primeiro mandato, apenas para fazer denúncias. Chegou a pedir a saída do presidente do Legislativo, Cassiano Maia (PSDB), e do vice-presidente, Adriano César, o sargento Rodrigues, da Mesa Diretora. Na ocasião, teve o discurso interrompido por Rodrigues, que perguntou se ele queria assumir o seu cargo na Mesa.
Após a fala de Veron, iniciou discussões acalaradas entre os parlamentares. O vereador André Bittencourt (PSDB), se irritou, e disse que gostaria de estar usando a tribuna para apresentar proposituras em prol da população e não ter que ficar se defendendo de acusações e denúncias infundadas levadas para a Câmara pelo vereador.
Durante sua fala, Bittencourt foi aparteado pelo vereador Jorge Aparecido de Queiroz, Jorginho do Gás (PSDB), que também questionou a postura de Veron. Queiroz disse que é preciso ter cautela ao usar a tribuna. “Vou dizer ao vereador que, denúncia anônima a gente houve e não fala. Mesma coisa quando dizem que ele recebe por fora do INSS para não aposentar pessoas. Como são denúncias anônimas a gente não leva para frente, mas como meu nome foi lido aí, eu vou falar: Dizem que o nobre par [Paulo Veron] não aposenta ninguém porque recebe do INSS por fora. Como meu nome foi jogado ao vento, a gente tem que falar”, contra-atacou Jorginho.
O Vereador Antônio Empeke, o Tonhão (MDB), também usou a tribuna para se defender dos ataques De Veron e disse que não vai permitir ofensas. “Isso não é correto dentro da democracia. Temos que respeitar. As ideias podem ser divergentes, mas é preciso ter ética, coerência, e respeito dentro da Casa, não podemos generalizar. O que está acontecendo aqui é triste, tem que citar nomes e ter provas…”, disse Tonhão.
O presidente do Legislativo, Cassino Maia, também lamentou o que vem ocorrendo na Câmara. “Poderíamos estar apresentando projetos, melhorando a governança do Executivo em um trabalho com harmonia, mas temos que ficar perdendo tempo com isso”, lamentou Maia.