Por 13 votos favoráveis e três contrários, a Câmara Municipal de Três Lagoas votou pela instalação da Comissão Processante na sessão da última terça-feira (31), para apurar se a vereadora Sayuri Baez (Republicanos), cometeu ou não quebra de decoro Parlamentar, com pedido de cassação do mandato.
A abertura da comissão ocorreu após denúncia protocolada na secretaria da Câmara contra a vereadora, que é acusada de ter agredido física e verbalmente, na sessão de 17 de outubro, o vereador Antônio Empeke Júnior, o Tonhão (MDB), líder do prefeito no Legislativo.
Durante a leitura da denúncia, fotos e imagens das câmeras instaladas no plenário e no pátio da Câmara foram apresentadas. Após isso, a maioria dos vereadores decidiu pela apuração dos fatos. Depois foi feito o sorteio e definido os integrantes da Comissão que será composta pelos vereadores Sirlene dos Santos Pereira (PSDB), que será a presidente, Marisa Rocha (MDB), relatora e Davis Martinelli (Democratas), membro.
A comissão terá 45 dias para apresentar o relatório das investigações. Caso seja comprovada a quebra de decoro, a vereadora terá o mandato cassado. Quem poderá assumir a vaga no lugar de Sayuri é a empresária e arquiteta, Sandra Latta, do mesmo partido da vereadora.
No documento, o denunciante relata ainda outros fatos de agressão verbal e tentativa de agressão física por parte da vereadora contra o líder do prefeito em outras sessões. Por esse motivo, solicitou que os vereadores tomassem providências.
Defesa
O vereador Tonhão não quis se pronunciar sobre a denúncia e abertura da Comissão Processante. Já a vereadora Sayuri lamentou o fato e disse que se trata de perseguição política. Adiantou que não vai renunciar ao mandato e que não agrediu fisicamente o vereador, ao contrário das imagens que foram divulgadas.
Sayuri atribuiu ainda essa situação a uma pesquisa eleitoral em que ela aparece em segundo lugar na preferência do eleitorado na disputa pela Prefeitura de Três Lagoas. Em um cenário apareceu com 2,4% e no outro com 12,4%.
O presidente da Câmara, Cassiano Maia (PSDB), disse o Legislativo não pode se isentar da regra de manter o decoro parlamentar que é exigido. E diante da denúncia, a maioria decidiu pela abertura da comissão.
Em relação a perseguição eleitoral, Cassiano diz que esse é um entendimento pessoal da vereadora, e que pelas imagens apresentadas, houve quebra de decoro diante da investida dela contra Tonhão.
Caso seja comprovada a quebra de decoro, além de perder o mandato, Sayuri ficará inelegível por oito anos.