Várias pessoas ouvidas pelo Jornal do Povo, TVC, canal 13, e rádio Cultura FM (106,5), disseram que não concordam com a decisão de quinze vereadores de Três Lagoas que decidiram pelo arquivamento do ofício encaminhado pelo Ministério Público, solicitando ao Legislativo providências para apurar, se o presidente da Câmara Municipal, Jorginho do Gás, cometeu ou não, crime de extorsão ou concussão e quebra de decoro parlamentar. Denúncia feita pelo ex-assessor de Jorginho, Antônio Nunes Siqueira, o Tonico, no Ministério Público, acusa o vereador Jorginho do Gás, a obrigá-lo devolver parte de seu salário, assim como valores em dinheiro referente ao pagamento de diárias para viagens.
Para o professor Juscelino Thomaz dos Santos, o arquivamento do ofício encaminhado pelo promotor de Justiça, Fernando Marcelo Peixoto Lanza, mostra que existe um corporativismo na Câmara Municipal, e que os vereadores estariam comprometidos uns com os outros, por isso, não quiseram instaurar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar a denúncia.
O comerciante Genivaldo Case disse que a decisão dos vereadores em não investigar a denúncia é errada, já que “quem não deve, não teme”. O taxista Márcio Oliveira disse que deve existir algo de errado em relação aos demais vereadores, já que nenhum votou favorável a abertura de uma CPI para investigar a denúncia feita no MP, contra o presidente da Câmara. “Isso é uma vergonha, e só prejudica a população”, declarou.
Na manhã de ontem, vários ouvintes deram a sua opinião também sobre essa questão, durante o programa RCN Notícias, da rádio Cultura FM. Maria Aparecida, moradora do bairro Paranapungá, disse que depois de ouvir a justificativa de alguns vereadores sobre a decisão em arquivar o ofício que pede para apurar ato praticado ou não pelo presidente da Câmara, fica mais convencida que Três Lagoas está nas mãos de pessoas sem capacidade para exercer a função de parlamentar. “São todos coniventes”, declarou. Morador do bairro Jardim Novo Aeroporto, Celso Oliveira, disse que é uma vergonha a postura dos vereadores. “Acabou em pizza”, declarou. “Enquanto o Ministério Público trabalha, os vereadores se protegem, pois são coniventes com tudo o que acontece dentro do Legislativo, é uma vergonha, enquanto Três Lagoas está abandonada”, disse o ouvinte.
Ainda durante o RCN Notícias, outros ouvintes, disseram que tudo o que vem ocorrendo em relação ao Legislativo, será avaliado quando os eleitores voltarem às urnas. O arquivamento do ofício do Ministério Público, que redundou na recusa de se apurar responsabilidade do presidente da Câmara Municipal, também foi bastante comentado nas redes sociais. “Trágico, nenhum dos 17 vereadores representa o povo. Vamos renovar minha gente, nem aquele que diz que fala em nome do povo, também ficou quieto, deve ter ganhado uma paçoquinha”, comentou Margarete Lopes, através de post no facebook. Já o monitor de informática, Ronnie Rostter Queiroz, postou o seguinte comentário. “O que ocorreu na Câmara foi corporativismo. Não poderiam inocentar o Jorginho antes de o Ministério Público concluir o inquérito, ou seja, fizeram um compadrio talvez até para se livrarem no futuro de casos semelhantes. Coisa feia senhores edis!”, comentou.
Embora, a Câmara Municipal tenha arquivado a possibilidade de investigação para apurar, e, isentar ou não de responsabilidade o presidente da Câmara Municipal, o caso, ainda, não está encerrado, uma vez que o inquérito continua tramitando na 2ª Promotoria de Justiça e segundo, o promotor Lanza, até o final deste mês, será concluído.