No próximo dia 8 de novembro uma comitiva de autoridades da República e do governo estadual estará em Três Lagoas para uma visita política para avaliar a retomada das obras da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados (UFN3), considerando que o país precisa e deve reduzir sua dependência na importação de fertilizantes. A comitiva será composta pelo vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviço, Geraldo Alckmin, pela ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet e pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e pelo presidente da Petrobras, Jean-Paul Prates, além do governador Eduardo Riedel.
Segundo o secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado, Jaime Verruck, essa será uma visita política, uma vez que a técnica, já foi realizada pela Petrobras, que tem todo o levantamento de como está a estrutura e qual o valor necessário para a conclusão da fábrica. A expectativa, conforme o secretário, é que durante a visita da comitiva, a Petrobras possa fazer o anúncio da retomada da obra, que depende de recursos financeiros no orçamento da estatal. “Depende agora da política de investimento da Petrobras, que é o Plano de Negócios, pois esse valor precisa ser aprovado pela estatal”, disse Verruck.
Nesta quinta-feira (26), secretário da Casa Civil de Mato Grosso do Sul, Eduardo Rocha, na companhia de representantes da Petrobras, estiveram nas obras da UFN 3. O presidente da Câmara Municipal, Cassiano Maia, também acompanhou a visita.
Em agosto deste ano, durante o lançamento do Novo PAC do Governo Federal, o presidente da Petrobras disse que a UFN 3 seria incluída no Plano de Negócios da companhia, em novembro. Por isso, essa expectativa de que durante a visita da comitiva em Três Lagoas possa haver o anúncio da retomada da fábrica. Inicialmente a visita estava prevista para este mês de outubro, mas foi reagendada para novembro.
Após o anúncio da retomada, segundo Verruck, a expectativa é de que as obras sejam concluídas dentro do prazo de um ano e meio.
A fábrica de Três Lagoas faz parte do Plano Nacional de Fertilizantes. Segundo o secretário, a UFN 3 terá condições de reduzir em 15% o total de fertilizantes nitrogenados importados pelo Brasil.
Ainda segundo Verruck, para terminar a UFN 3 é preciso ampliar o contrato para o fornecimento de gás natural da Bolívia para o Brasil, em 2,5 milhões de toneladas por dia. Conforme o secretário, é possível ampliar a venda de gás através da MS Gás, companhia de gás do Governo de Mato Grosso do Sul.
Processo
A construção da UFN3 teve início em 2011 e foi paralisada em dezembro de 2014 com 81% de conclusão.
Em 2017, a estatal colocou a UFN3 à venda e disse que não tinha mais o interesse em continuar no segmento de fertilizantes, mas neste ano, na revisão do plano de investimentos, voltou a colocar produtos petroquímicos e fertilizantes como prioridade.
Uma empresa russa chegou a manifestar interesse na compra da fábrica. Negociações foram iniciadas, mas não concluídas porque o plano de negócios proposto pelo potencial comprador seria o de deixar fabricar para adequá-la a uma uma indústria misturadora de fertilizantes.
O processo de venda foi encerrado e agora, em novembro, a UFN 3 deve ser incluída no plano de investimentos da Petrobras. A fábrica foi projetada para produzir 1,2 milhão de toneladas de ureia e 761.000 toneladas de amônia por ano.