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Vinculação ao governo FHC prejudica candidatura de Serra, avalia pesquisa CNT-Sensus

A afirmação foi feita hoje (23) pelo diretor do Instituto Sensus, Ricardo Guedes

A associação do nome do pré-candidato do PSDB à presidência da República, José Serra, ao do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso é o principal motivo para a queda acentuada do candidato tucano nas pesquisas para as eleições presidenciais de 2010.

A afirmação foi feita hoje (23) pelo diretor do Instituto Sensus, Ricardo Guedes, e pelo presidente da Confederação Nacional do transporte (CNT), Clésio Andrade, durante a apresentação dos resultados da 99a Pesquisa CNT/Sensus.

Segundo Andrade, “é clara” a rejeição a FHC. “A pesquisa mostra que 49,3% não votaria em um candidato apoiado pelo ex-presidente, enquanto apenas 16% não votaria no apoiado por Lula”.


A pesquisa comparou os dois governos. Para 76% dos entrevistados, Lula é melhor do que FHC. Apenas 10% acham FHC melhor que Lula.


Em dezembro de 2008, Serra tinha, segundo a CNT/Sensus, entre 44% e 53% das intenções de voto, percentual que varia de acordo com o nome de seus adversários.

"Nessa pesquisa que realizamos entre os dias 16 e 20 de novembro, ele detinha apenas 31,8%. Se a comparação for feita com outras listas, essa queda chega a 15 pontos percentuais”, informou o presidente da CNT, sem apresentar especificamente a quais listas se referia.


“E isso tem muito a ver com a ligação dele com FHC, que não é um bom cabo eleitoral”, avaliou.


Apesar da queda, José Serra continua liderando a corrida presidencial, seguido da ministra Dilma Rousseff (21,7%), Ciro Gomes (17,5%) e Marina Silva (5,9%).


A candidatura de Ciro Gomes cresceria muito, caso Aécio fosse o candidato do PSDB. Nesse cenário, Ciro apareceria em primeiro lugar, com 25% das intenções de voto, seguido por Dilma Rousseff, com 21,3%. Aécio Neves ficaria em terceiro lugar, com 14,7% das intenções de voto, seguido por Marina Silva, com 7,3%.


Em um cenário em que estivessem concorrendo apenas Serra, Dilma e Marina, Serra sairia vencedor, com 40,5% das intenções de voto. Dilma teria 23,5% e a pré-candidata do PV, 8,1%. Sem Ciro Gomes e com Aécio na disputa, Dilma seria eleita com 27,9%. Em segundo lugar ficaria Aécio (20,7%) e, em terceiro, Marina Silva (10,4%).


A pesquisa trabalhou com cinco cenários para o segundo turno das eleições. Nas duas situações em que seu nome foi apresentado, Serra ficaria em primeiro lugar, mas com queda na comparação com a pesquisa anterior, realizada em setembro.

Num eventual confronto com Dilma, Serra sairia vencedor, com 46,8% das intenções de voto, enquanto Dilma teria 28,2%. Em setembro o candidato tucano tinha 49,9% e Dilma 25%.


Serra venceria também Ciro Gomes em uma situação de segundo turno, com 44,1% contra 27,2% de Ciro. Em setembro, na mesma comparação, Serra detinha 51,5% das intenções e Ciro 16,7%.

A candidata do governo venceria um embate de segundo turno contra Aécio Neves, com 36,6%, enquanto o candidato tucano teria 27,9%. Na pesquisa de setembro, Dilma tinha 35,8% das intenções de voto e Aécio, 26%.


Mas Dilma perderia o confronto, caso encarasse Ciro Gomes no segundo turno. A ministra candidata teria 31,5% e o ex-governador do Ceará, 35,1%.