Veículos de Comunicação

3

"Viramos uma página", diz Dilma sobre demissão de Jobim

O ex-ministro da Defesa será substituído por Celso Amorim

A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta sexta-feira (5) que reconhece o "grande trabalho" feito por Nelson Jobim no Ministério da Defesa, mas que, com sua saída da pasta, foi esgotada uma etapa. “Reconheço o grande trabalho, a grande contribuição [de Nelson Jobim]. Esgotamos uma etapa e, por isso, viramos uma página”, disse a presidente.

Ela concedeu entrevista nesta sexta-feira às rádios Grande Rio AM, de Petrolina, em Pernambuco, e Juazeiro AM, de Juazeiro, na Bahia. Durante a entrevista, a presidente defendeu a escolha de Celso Amorim para substituir Jobim no Ministério da Defesa. “O Celso Amorim tem todas as condições para exercer o cargo e já demonstrou dedicação ao país nos anos em que foi ministro de Relações Exteriores no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva", afirmou.

Dilma disse ter certeza de que Celso Amorim "vai prosseguir no trabalho importante realizado pelo ex-ministro Jobim e vai acrescentar um reforço especial, na medida em que a gente sempre tem que melhorar. A gente não pode nunca se contentar com o que conquistou".

Amorim foi nomeado após Nelson Jobim ter entregue carta de demissão nesta quinta (4). Depois de quatro anos no cargo, Jobim saiu em razão de declarações atribuídas a ele pela revista "Piauí", na qual fez críticas às colegas Ideli Salvatti (Relações Institucionais) e Gleisi Hoffmann (Casa Civil). O ex-ministro negou ter dado as declarações, mas a direção da revista reafirmou.

A presidente Dilma Rousseff recebeu na manhã desta sexta, no Palácio do Alvorada, os  chefes das Forças Armadas – Exército, Marinha e Aeronáutica – para explicar as mudanças na Defesa com a saída de Nelson Jobim. Dilma disse aos militares que, apesar da saída de Jobim e a chegada de Celso Amorim, gostaria que os três ficassem nos respectivos cargos.

A presidente recebeu para o café da manhã na residência oficial Moura Neto, da Marinha, Juniti Saito, da Aeronáutica , e Enzo Peri, do Exército.

Minha Casa, Minha Vida
Após a entrevista, Dilma participou de cerimônia do Minha Casa Minha Vida, em Juazeiro, na Bahia. No discurso, a presidente disse que os governos anteriores ao do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva olhavam as pessoas "como se fossem números".

"Essa população [pobre] não era olhada. Os governos anteriores ao do presidente Lula muitas vezes, ou na grande maioria das vezes ou todas as vezes olharam as pessoas como se fossem números", afirmou a presidente.

"Nós olhamos para essas pessoas como sendo a base da riqueza do nosso país", concluiu Dilma. Ela participou de cerimônia de entrega de 1.500 moradias do programa Minha Casa, Minha Vida. As unidades habitacionais serão destinadas a famílias com renda mensal de até R$ 1,6 mil.

Os apartamentos ficam em três condomínios com 500 unidades cada. Os apartamentos possuem dois quartos, cozinha, sala, banheiro e área de serviço.

"O que estamos fazendo aqui é cumprir uma obrigação do Estado com a população pobre, assegurar que cada brasileiro tenha sua casa", disse a presidente durante a cerimônia.

Durante a solenidade, foram assinados dois termos de compromisso no âmbito do PAC 2, no valor de R$ 48,78 milhões, para projetos nas áreas de saneamento, urbanização e habitação. Nesses projetos estão incluídas 1,2 mil moradias do Minha Casa, Minha Vida 2.

Dilma afirmou que quer voltar a Juazeiro para lançar o Programa Nacional de Irrigação para o semi-árido. No mês passado, o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, afirmou que o programa seria lançado em setembro. A presidente disse ainda que, no âmbito do PAC 2, pretende dar prioridade à hidrovia do São Francisco.

Participaram da cerimônia o governador da Bahia, Jaques Wagner, o presidente da Caixa Econômica Federal (CEF), Jorge Hereda, e os ministros das Cidades, Mario Negromonte, da Comunicação Social, Helena Chagas, e da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho.