Em entrevista ao vivo para o Jornal CBN Campo Grande na manhã desta sexta-feira (13), o ex-governador José Orcírio Miranda dos Santos, o Zeca do PT, abriu o jogo e explicou os motivos que o afastaram da pré-candidatura ao Governo do Estado e agora o fizeram voltar ao cenário eleitoral como pré-candidato a deputado estadual.
Quando anunciado o recuo, a alegação petista foi que Zeca estava inelegível e que por isso ele ficaria fora do pleito deste ano. Contudo, mesmo antes de resolver a pendência jurídica – uma liminar tenta reverter isso – ele anunciou a pretensão de ser deputado estadual.
"No ano passado o Lula me ligou e eu o falei sobre as possibilidades que tinha e estava trabalhando na cabeça. Em dezembro fui à Brasília e almocei com ele e insisti na tese que agora prevaleceu [não ter condições de concorrer ao Governo do Estado]", frisa.
Zeca completa a fala afirmando que uma disputa ao Executivo sul-mato-grossense custaria um dinheiro inacessível a ele no momento. "Uma disputa dessa dentro do PT é de 15, 20 milhões de reais. Precisa bancar chapas para estadual, federal, estrutura de rádio, TV, material gráfico, combustível. Não tenho situação financeira para isso".
O ex-governador ainda destaca não receber aposentadoria pelo cargo já ocupado, tendo apenas a aposentadoria de funcionário público do Banco do Brasil, no valor de R$ 8 mil. "Estou com 72 anos e insisti ao Lula que entrar em uma campanha, assumir dívida e depois não pagar seria meu fim, então descartei [a pré-candidatura]", complementa.
Já o retorno para o cenário como pré-candidato a deputado estadual se deve, segundo ele, a possibilidade de assim participar da campanha para fomentar ainda mais o nome de Lula a presidência da República. Ele descartou outros cargos.
"Tenho experiência de quatro anos em Brasília (DF) e não tinha e não tenho mais pretensão de voltar para lá, seja para o Senado ou Câmara Federal, mesmo sabendo que disputaria para ganhar uma dessas vagas", conclui Zeca, ao falar sobre o motivo de resolver entrar na corrida por cadeira na Assembleia Legislativa, seu primeiro posto na política.