José Orcírio Miranda dos Santos, o Zeca do PT, voltou ao jogo eleitoral antes do que o esperado. Ex-governador e ex-deputado federal, ele agora quer ser deputado estadual, cargo que ocupou há 24 anos, sendo o seu primeiro na política. Contudo, a pretensão dele a uma cadeira na Assembleia Legislativa expõe uma incoerência entre os petistas.
Isso porque a sigla anunciou no ano passado Zeca como seu pré-candidato ao Governo, mas teve que confirmar o recuo do cacique político no mês passado, abrindo espaço para Giselle Marques – que não decolou ainda – assumir o posto em Mato Grosso do Sul.
A saída de cena de Zeca aconteceu sob a alegação de sua inelegibilidade, que já existia em 2018 mas não foi empecilho para ele ir às urnas como candidato ao Senado. Um retorno de Zeca ao jogo não era negado, mas desde que ele resolvesse as pendências judiciais.
Contudo, um mês depois de recuar ao Governo – inclusive sob especulações de que ele apoiaria o tucano Eduardo Riedel – o ex-governador volta a aparecer como pretendente a vaga de deputado estadual, dividindo atenção na chapa com os colegas Pedro Kemp e Amarildo Cruz.
Ao contrário do que foi afirmado há um mês, sua inelegiblidade permanece. Ainda assim, ele confirmou nesta terça-feira (3) em sua página no Facebook que é pré-candidato a deputado estadual. Isso vai ao oposto do que é pregado pela sigla também quanto a chamada renovação que é erguida pelo partido, mostrando claros problemas em renovar os quadros.
O PT sul-mato-grossense ainda enfrenta resistência em ter candidatura própria ao Governo, o que para a Executiva nacional enfraqueceria o palanque de Lula no Estado. Outro problema é a recusa de nomes tradicionais do partido "cortar da própria carne" para se colocar como pré-candidato ao Governo do Estado, deixando a missão para nomes menos conhecidos.