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Três Lagoas

‘2015 foi um ano cheio de desafios’, diz prefeita

Prefeita Márcia Moura faz avaliação sobre a gestão de 2015 e os desafios que ainda tem pela frente

 - Cláudio Pereira/JP
- Cláudio Pereira/JP

Não é novidade que 2015 foi um ano difícil para todos os segmentos, incluindo o poder público. No atual cenário político e econômico do país, muitos projetos deixaram de ser executados em Três Lagoas devido à falta de recursos prometidos pelo governo federal. Foi isto o que disse a prefeita Márcia Moura (PMDB) em uma avaliação do ano e sobre os desafios que ainda tem pela frente. Entre outras revelações, disse que apoia o impeachment da presidente Dilma.

Jornal do Povo – Qual a avaliação que a senhora faz de 2015?
Márcia Moura – Foi um ano em que sofremos muito, e cheio de desafios. Um ano em que a parceria com o governo federal não funcionou, porque as emendas não foram liberadas. O governo federal não cumpriu com sua missão. Foi um ano cheio de surpresas, mas que, com muita competência, humildade, esforço e coragem, trabalhamos muito, junto com nossos servidores e secretários. E, juntos com o governo do Estado, conseguimos caminhar um pouco, mas sabendo do que há de ser trilhado e dos desafios que temos de enfrentar.

JP – Como estão, hoje, as finanças da prefeitura?
Márcia – Graças a um trabalho empenhado de nosso secretariado e de nossos servidores, as contas estão em dia. Todos os nossos fornecedores e prestadores de serviço receberam em dia, neste ano. A folha de pagamento foi regularizada, tanto que pagamos o 13º salário e depositamos antecipadamente o salário de dezembro aos nosso servidores.

JP – Quais são atualmente os principais problemas da prefeitura?
Márcia – Temos três grandes problemas. Um deles é em relação aos remédios, mas estamos trabalhando para que não falte mais aos cidadãos. O segundo é em relação aos buracos, mas também já estamos com uma operação [de conserto]. E o terceiro é a falta de asfalto e drenagem. Nós apresentamos um projeto [para execução de obras de drenagem e asfalto] de R$ 80 milhões ao Ministério das Cidades, que aprovou apenas R$ 5 milhões, mas até hoje não foram liberados e estamos insistindo nisso. 

JP – A prefeitura possui crédito junto ao BNDES. Por que  não contrai um empréstimo para executar obras de drenagem? 
Márcia – Justamente foi isso que tentamos fazer. Apresentamos um projeto muito bem elaborado, que foi aprovado na totalidade, mas os recursos não foram liberados para construirmos quatro grandes bacias [de captação de água]. Precisamos de aprovação do Tesouro [Nacional], mas não há dinheiro para ser liberado. Estou lutando ainda, junto com a nossa bancada de senadores e deputados para tentarmos conseguir a verba, pelos menos, para duas bacias de drenagem, na entrada da cidade e na Vila Haro.

JP – O povo quer saber mesmo quando não haverá mais tantos buracos nas ruas da cidade?
Márcia – Nossos servidores estão trabalhando nisso sem descanso. Contratamos uma empresa para este serviço e vamos aproveitar os dias sem chuva. E estamos empenhados nisso, porque sabemos o quanto a população sofre com este problema. Eu recebo muitas reclamações e sei das dificuldades. Logo vamos por em execução um projeto de recuperação, com recursos suficientes para o tapa-buracos e também para o recapeamento de muitas ruas.

JP – Quais os benefícios gerados à cidade pela industrialização?
Márcia – Três Lagoas é a ‘bola da vez’. Com o dólar cotado acima de R$ 4 na maior parte do último trimestre, a cidade tem se beneficiado com a geração de empregos, oportunidades, e com investimentos pelas indústrias, mesmo num cenário de profunda crise.   Isso é inédito no país. Um investimento de R$ 16 bilhões faz a cidade viver esse bom contexto, ao contrário do ano passado, em que houve a paralisação da UFN 3, que até hoje faz muitas pessoas sofrerem.  

JP – O que sua administração deixa de positivo à população?
Márcia – Eu acho que a maior contribuição de nossa administração foi com a educação. Temos um plano de educação maravilhoso. Hoje, temos em nosso aluno a consciência de que ele recebe uma boa oportunidade. Também deixamos um bom resultado na habitação, com as 1.432 casas do programa Minha Casa, Minha Vida. Não temos mendigos em nossa cidade graças ao trabalho de Assistência Social. Em cultura, demos boas oportunidades e também investimos em saúde, embora ainda haja muito a fazer.

JP – Qual sua opinião sobre o possível impeachment da presidente Dilma Rousseff?
Márcia – Sou favorável t porque acho quer o país precisa de “ares novos”. Não é mais possível conviver com um governo tão desorganizado como este. E quem está sofrendo com isso é a população,que acreditou e que votou.  E eu acredito que o vice [presidente Michel Temer] vai querer fazer um bom governo, e do PMDB, uma parte positiva da história. Com uma boa equipe, ele pode sim ter um novo enfrentamento positivo.

JP – E qual é seu futuro político, após 2016?
Márcia – Estimulo a mulher a entrar na política. Temos sim, que ter nossa participação e tentarmos construir alguma coisa. Não só ficar na retaguarda. Eu já dei a minha parcela de contribuição à política.