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CAMPO GRANDE

Após 24h de lançar campanha, prefeitura divulga dossiê "Mulher Campo-Grandense"

Mesmo com mais atendimentos em 2024, queda nos novos cadastros indica barreiras no acolhimento inicial e maior recorrência de casos

Casa da Mulher Brasileira de Campo Grande - Foto: Duda Schindler/ RCN 67
Casa da Mulher Brasileira de Campo Grande - Foto: Duda Schindler/ RCN 67

O feminicídio de Vanessa Ricarte, ocorrido em fevereiro, trouxe à tona falhas na rede de proteção à mulher em Campo Grande. O caso levantou questionamentos sobre a efetividade das medidas preventivas e o acesso das vítimas aos serviços de atendimento integrados à Casa da Mulher Brasileira de Campo Grande.

Mesmo com o aumento no total de atendimentos em 2024, a queda no número de primeiros cadastros pode indicar dificuldades no acolhimento inicial de mulheres em situação de violência.

O número total de atendimentos a mulheres em situação de violência cresceu em Campo Grande no ano de 2024, segundo dados do Dossiê Mulher Campo-grandense. O levantamento aponta que foram realizados 194.124 atendimentos e encaminhamentos aos serviços da rede interna e externa, um aumento de 2,5% em relação aos 189.459 registrados em 2023. Apesar disso, o total de novos cadastros caiu de 5.020 para 4.735, uma redução de 5,7%.

A queda no número de primeiros atendimentos contrasta com o crescimento na demanda geral. O dado indica que menos mulheres procuraram ajuda pela primeira vez, mas aquelas que já estavam na rede retornaram com maior frequência ou precisaram de mais encaminhamentos ao longo do ano. Diferença que pode indicar dificuldade no acesso inicial ao serviço ou aumento na complexidade dos casos.

O Dossiê também revela que a distribuição geográfica dos atendimentos seguiu um padrão similar ao de anos anteriores. A região de Anhanduizinho manteve a maior concentração de mulheres atendidas, representando 24,4% dos casos em 2024. As regiões de Lagoa (15,5%) e Imbirussu (14,6%) também figuram entre as áreas com mais ocorrências.

Entre os bairros com maior volume de registros estão Panamá, Nova Campo Grande, Caiobá, Aero Rancho, Los Angeles e Centro Oeste. Por outro lado, os bairros Noroeste, Caiobá, Nova Campo Grande, Popular e Santo Antônio apresentaram as maiores taxas de violência proporcional à população.

Em relação à faixa etária das vítimas atendidas, o grupo de 21 a 30 anos seguiu liderando os registros, com 29,7% dos atendimentos em 2024. Mulheres de 31 a 40 anos representaram 24,8%, enquanto 19,8% estavam na faixa de 41 a 50 anos.