A Prefeitura de Brasilândia, por meio da Secretaria Municipal de Assistência Social, lançou nesta semana, o Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos na aldeia indígena Ofaié. Por coincidência, a Fibria também lançou, no mesmo dia, um projeto de resgate cultural e de produção artesanal com as mulheres da aldeia. O prefeito Jorge Diogo e representantes da Fibria participaram dos lançamentos.
A Secretária Municipal de Assistência Social, Jô Silva, relatou que o Centro de Referência de Assistência Social (Cras) identificou que havia a demanda pelo SCFV na aldeia e que o objetivo é estreitar ainda mais os laços com os indígenas. Serão atendidas crianças e adolescentes de zero a 17 anos. As crianças com idades entre zero e seis anos serão atendidas com a participação das mães.
O SCFV é oferecido por meio do trabalho em grupos ou coletivos e organizam-se de modo a ampliar trocas culturais e de vivências, desenvolver o sentimento de pertença e de identidade, fortalecer vínculos familiares e incentivar a socialização e a convivência comunitária.
Já o projeto desenvolvido pela Fibria trabalhará o artesanato Ofaié. O principal objetivo do projeto é o resgate da cultura Ofaié por meio do artesanato produzido pelas mulheres da Aldeia Enodi, que poderá se tornar fonte de renda para a tribo. Atualmente a aldeia conta com 28 famílias e a intenção é que 50% das mulheres, desde adolescentes a idosas, atuem no projeto.
Para auxiliar no levantamento cultural dos costumes do povo Ofaié, a Fibria conta com a atuação técnica do designer têxtil Renato Imbroísi, profissional renomado internacionalmente pelo desenvolvimento de trabalhos similares em diversas tribos indígenas do Brasil.
De acordo com a Fibria, nos próximos meses as mulheres da aldeia participarão de oficinas e capacitações para a produção de bordados que transmitam a cultura Ofaié. Nesta semana, após o lançamento do projeto, ocorre uma oficina sobre tingimento vegetal que capacitará as artesãs a utilizar a vegetação ao redor na construção de uma palheta de cores para a confecção das peças, tudo com fundamento histórico alinhado aos costumes da tribo.
Durante todas as aulas, que acontecem na escola municipal no interior da aldeia, o dialeto Ofaié será utilizado. Primeiro na tradução das atividades e utensílios das oficinas, depois, na construção de frases. No final do ano, a intenção da Fibria é organizar uma exposição com as peças produzidas e mostrar a evolução no resgate da cultura Ofaié.
Os dois projetos contam com a autorização da Fundação Nacional do Índio (Funai) e consentimento do cacique José.