O ator Raul Gazolla foi condenado a pagar R$ 8 mil por danos morais à estudante Kiane Kelner Netto, que teria sido ofendida por ele em 2007, durante uma discussão no trânsito. A decisão é da 3ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio. O advogado de Gazolla, Eduardo Goldenberg, afirmou que não vai recorrer e que já orientou o ator a depositar a indenização.
Segundo informações do Tribunal de Justiça do Rio, em outubro de 2007, a jovem atravessava a rua quando quase foi atingida pelo carro do ator. Ela teria reclamado da sua atitude, mostrando-lhe o dedo. Gazolla então teria descido do veículo, dirigindo-se à porta da escola da estudante, e, diante de seus colegas, teria cuspido em seu rosto.
Por unanimidade de votos, a Câmara acolheu o voto do relator do processo, desembargador Ronaldo Lopes Martins. "A honra é um valor íntimo moral do ser humano, constitui um de seus bens mais preciosos, não podendo ficar à mercê dos que a desprezam", afirmou o desembargador.
Segundo ele, a humilhação gerada pela conduta do ator “ultrapassou e muito a normalidade”.
“Quem pode imaginar que, após um mero desentendimento no trânsito, pode ser abordado e agredido com cuspidas em seu rosto?", indagou o relator.
Jovem também demonstrou não ter limites, diz relator
O desembargador destacou ainda que a jovem, ao gesticular de forma a agredir o ator, demonstrou também que não possuía limites. Porém, para o desembargador, o comportamento de Raul Gazolla não se justifica.
Representada por seu pai, Custódio Neto Filho, a estudante entrou primeiramente com ação na 1ª Vara Cível da Barra da Tijuca. Em novembro de 2008, a juíza Érica Batista de Castro julgou o pedido procedente e condenou o ator a indenizar a jovem em R$ 5 mil. Kiane então recorreu, para aumentar o valor da indenização, e Raul Gazolla apelou pela reforma da sentença. O pedido do ator foi julgado improcedente.
Segundo o advogado de Gazolla, ele já admitiu ter se arrependido e se desculpou publicamente com a estudante. De acordo com Goldenberg, o ator chegou a fazer uma proposta de acordo, que não foi aceita.
“Tudo o que ele tinha para dizer sobre o fato – bastante noticiado à época – ele já disse. Que se arrependeu por ter perdido a cabeça, que se desculpou publicamente com a estudante e que agora não mais recorrerá, acatando a decisão judicial que o condenou a pagar mais R$ 8 mil a título de indenização por danos morais”, afirmou o advogado.