O Banco do Brasil anunciou ontem (9) a compra de parte do Banco Votorantim por R$ 4,2 bilhões. Com o negócio, o Banco do Brasil passará a deter 49,99% do capital volante e 50% do capital social do Votorantim. A operação depende ainda de aprovação do Banco Central. Um documento conjunto enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) pelos bancos afirma que a operação “objetiva o crescimento no longo prazo aliando duas instituições inteiramente brasileiras e de importância histórica”.
O texto diz ainda que com a aquisição o Banco do Brasil visa fortalecer o setor de concessão de financiamento de veículos, mercado que o Banco Votorantim atuou com rápido crescimento.
Os valor negociado foi calculado por consultores contratados pelo BB levando em conta, entre outras metodologias adotadas, "as perspectivas de rentabilidade futura e o fluxo de caixa descontado do Banco Votorantim, devidamente ajustados pela conjuntura econômica atual", segundo a nota distribuída.
O Banco Votorantim tem sede em São Paulo e é o sétimo banco em ativos do Sistema Financeiro Nacional. Além disso, atua de forma diversificada em segmentos como financiamento, mercado de capitais, corretora.
Em novembro do ano passado o Banco do Brasil já havia comprado o Banco Nossa Caixa, que pertencia ao estado de São Paulo. O valor da transação foi de R$ 5,38 bilhões. A compra foi feita após a fusão de dois bancos privados o Itaú-Unibanco. Com a fusão desses dois bancos, o Banco do Brasil, que ocupava a posição de maior banco brasileiro caiu para a segunda posição.
AUTOMÓVEIS
O financiamento à pessoa física para a compra de automóveis crescerá 21% com a aquisição de parte do Banco Votorantim pelo Banco do Brasil, de acordo com estimativa feita ontem (9) pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega. Ele destacou que o fortalecimento do crédito ao consumidor também é um dos objetivos da operação.
Segundo Mantega, a compra permitirá que o Banco do Brasil tenha uma dinâmica de negócios equilibrada. Ele lembrou que, como banco público, o BB encontra restrições na sua atuação, que poderão ser compensadas pelo controle de parte do banco privado. De acordo com o ministro, a operação mostra que o governo não visa a um monopólio no sistema bancário.
Na gestão compartilhada, o presidente do BB, Antônio Francisco de Lima Neto, presidirá o Conselho de Administração do Banco Votorantim. O vice-presidente será o executivo da instituição paulista, José Ermírio de Moraes Neto.
CRÉDITO
A compra de parte do Banco Votorantim pelo Banco do Brasil vai aumentar a competição no sistema financeiro e pode contribuir para a redução dos juros praticados no mercado.A avaliação é do ministro da Fazenda. Com a compra, o Banco do Brasil se consolida como o segundo maior banco do país, atrás do grupo Itaú-Unibanco.
“É como se estivéssemos acoplando uma financeira a um banco comercial”, disse o ministro, ao se referir à atuação das duas instituições em segmentos distintos. A Votorantim atua nos segmentos de venda de carros novos e usados e no financiamento para a compra de materiais de construção, entre outros. O ministro ressaltou a baixa inadimplência registrada pelo Votorantim (3%) na concessão de créditos para automóveis.
Segundo Mantega, a idéia é estimular o aumento do consumo, como forma de evitar o desaquecimento da economia em função da crise financeira internacional. “A associação é importante no momento em que queremos recuperar o volume de crédito”, disse.