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Polêmica

Casos de trabalho infantil e de menores envolvidos em crimes geram polêmica

No período de um ano, terminado em maio, foram registrados quase 30 casos de menores trabalhando de forma irregular

No período de um ano, terminado em maio, foram registrados quase 30 casos de menores trabalhando de forma irregular - Arquivo/JPNEWS
No período de um ano, terminado em maio, foram registrados quase 30 casos de menores trabalhando de forma irregular - Arquivo/JPNEWS

O problema da exploração do trabalho infantil relacionado a importância da preservação de momentos de estudo, lazer, profissionalização e da atuação de crianças e adolescentes em atividades consideradas supostamente “regulares”  é um assunto que provoca polêmica. Na última edição do Jornal do Povo, uma reportagem revelou que, em Três Lagoas, foram registrados quase 30 casos de menores, com idades entre nove e 17 anos, trabalhando de forma irregular. O dado se refere ao período de um ano e tem preocupado o setor de Assistência Social. Por outro lado, ganhou repercussão e foi alvo de debate, principalmente, nas redes sociais. 

Um dos contrapontos é que enquanto o levantamento sobre essa questão era esmiuçado na página 6 do Jornal do Povo, na página 7 da mesma edição, a editoria de polícia estampava uma reportagem sobre adolescentes presos por furto em estabelecimento comercial. 

“É muito melhor o adolescente estar na rua trabalhando ou seja lá onde for, aprendendo desde cedo como a vida é, do que virar marginal, ladrão”. Esse é um dos 400 comentários publicados na página do JP, no Facebook, logo após a veiculação da reportagem. 

REDES SOCIAIS

Outra internauta observou: “Desde quando trabalhar é irregular? Quando era criança trabalhei na roça, ajudei minha mãe no trabalho de diarista e hoje dou muito valor em cada conquista na minha vida”. 

E em cada comentário publicado, os internautas demonstraram indignação e também falta de informação sobre o trabalho infantil. O que é e o que não se enquadra na legislação brasileira, a qual proíbe de trabalhar qualquer pessoa abaixo de 16 anos.

Exceto quando o adolescente é jovem aprendiz. Nesse caso, é um contrato de trabalho especial, por tempo determinado e com direitos trabalhistas garantidos. Parte do tempo no trabalho é voltado a curso de aprendizagem profissional.

A fiscalização em Três Lagoas é feita pelo Projeto de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti), ligado à Secretaria Municipal de Assistência Social. A equipe já flagrou crianças e adolescentes trabalhando como auxiliar de mestre de obras, em borracharias, bares, feira livre e vendendo doces nas ruas, principalmente, no período noturno. 

Na lista de casos que configuram trabalho infantil ainda há aqueles menores que trabalham para o autoconsumo, ou seja, para a própria sobrevivência. A partir do momento em que o trabalho infantil é identificado, o caso é encaminhado para o Centro de Referencia Especializado de Assistência Social (Creas), que é responsável pelo atendimento junto à família por meio de psicólogos, psiquiatras e assistentes sociais.