Neste sábado (2), Dia de Finados, tradicionalmente, as igrejas e os cemitérios são visitados, os túmulos são decorados com flores, e milhares de velas são acesas. E a visitação para relembrar a memória dos entes queridos que já se foram será intensa nos 10 cemitérios públicos e particulares de Campo Grande.
A expectativa da Prefeitura da Capital é de que pelo menos 30 mil pessoas passem somente pelos três cemitérios públicos de Campo Grande, onde estão sepultadas quase 100 mil pessoas.
São eles: Cemitério São Sebastião (conhecido como Cruzeiro), com mais de 33,8 mil pessoas sepultadas; Cemitério Santo Antônio; com 16 mil sepultamentos; e Cemitério Santo Amaro, com 49 mil pessoas sepultadas.
Ao longo do Dia de Finados serão realizadas 18 Celebrações Eucarísticas, promovidas pela Igreja Católica em todos os cemitérios da capital sul-mato-grossense, a partir das 8h, com a última missa iniciando às 17h. Confira abaixo a programação divulgada pela Arquidiocese de Campo Grande.
RELIGIÕES NO FINADOS
Para os católicos, o Dia de Finados “não é para ser um dia de tristeza ou de desânimo, mas um dia de saudade, para lembrarmos com carinho daqueles que já se foram e rezarmos por eles”, publicou a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
Em uma mensagem aos fieis, o cardeal Orani João Tempesta escreveu:
“É difícil nos separar daqueles que amamos e a morte com certeza é momento duro, mas celebramos com saudade e não com tristeza essa data, tendo a certeza de que um dia nos encontraremos com quem já se foi. O que resume esse dia de Finados é saudade e fé, e trazer em nosso coração a certeza que nossos entes queridos que já partiram estão intercedendo por nós onde estiverem. Aguardemos ansiosamente a segunda vinda de Cristo e a ressurreição final, onde todo nos encontraremos, mortos e vivos”.
Para os espíritas, o Dia de Finados é um dia comum, uma vez que compreendem que as homenagens aos entes queridos podem ser prestadas a qualquer momento ou em qualquer lugar.
“A diferença entre o Dia de Finados e os demais dias é que, naquele, mais pessoas chamam os Espíritos pelos pensamentos” explica Christiano Torchi, no livro ‘Espiritismo Passo a Passo com Kardec’.
Na Doutrina Espírita, a postura a ser adotada em homenagem aos antepassados é a mesma de respeito para com qualquer pessoa encarnada. “Preces e pensamentos de carinho são muito válidos para os entes que já não estão fisicamente entre nós”, publicou a Associação Espírita Anjo Gabriel.
Para os evangélicos, a data não é considerada como um dia santo, mas sim um dia de respeito, uma oportunidade para refletir sobre a importância de viver de acordo com os princípios cristãos e buscar a salvação em Jesus Cristo.
O evangélico pode ir ao cemitério para rezar, mas a diferença está na crença de que não há comunicação entre os mortos e os vivos.
Mas, independentemente das crenças e tradições, o importante é que este dia seja um momento de respeito, amor e gratidão pelos que já se foram.
Missas agendadas para o Dia de Finados
LOCAL | HORÁRIOS |
Cemitério Sto. Amaro – Com. Bom Pastor das Almas | 8h | 10h | 16h |
Cemitério São Sebastião (Cruzeiro) | 8h30 | 15h |
Cemitério Santo Antônio | 8h30 | 15h |
Cemitério Sto. Amaro | 8h30 | 16h |
Cemitério Memorial Park | 9h |
Cemitério Jardim da Paz | 9h |
Cemitério Park Monte das Oliveiras | 9h |
Cemitério Jardim das Palmeiras | 9h30 | 17h |
Cemitério Parque Campo Grande | 9h30 |
Cemitério Nacional Parque | 10h | 17h |
Cemitério Parque das Primaveras | 17h |
Um pouco da história do Dia de Finados
A origem do Dia de Finados está conectada com a história da Igreja Católica. No século II, era costume dos fiéis dedicar uma visita ao túmulo dos mártires. No século V, a igreja dedicava um dia de oração aos fiéis mortos e esquecidos.
A data surgiu no século X, na França. O abade do mosteiro de Cluny incentivou que todos os mosteiros de sua ordem rezassem pelos mortos no dia 1º de novembro.
A oração dedicada aos fiéis falecidos era feita nas Vésperas. Com o tempo, o costume foi se espalhando no mundo Ocidental e os fiéis passaram a rezar pelos entes queridos no dia 2 de novembro.
No Brasil, o costume de rezar pelos mortos neste dia 2 de novembro foi trazido pelos portugueses.
Somente em 1915 que a data foi oficializada pelo Papa Bento XV. Ele fixou a data da Comemoração de todos os fiéis defuntos, o Dia de Finados.
No México, diferente da maioria dos países, o “Dia de los Muertos” é comemorado de forma distinta e única no dia 1º de novembro, pois além da influência católica, a data lá remonta aos festivais astecas.
Relação com o Halloween
A noite anterior ao Dia de Todos os Santos ficou conhecida como “All Hallow’s Eve”, que era uma noite de vigília aos santos. “Hallow” é um termo antigo para “santo”, e “Eve” é o mesmo que “véspera”.
Ao longo dos anos, essa noite do dia 31 de outubro passou a ser conhecida como Halloween. Muitos historiadores associam a forma moderna do Halloween às celebrações celtas, galesas e às misturas de festividades pagãs e cristãs ao longo do tempo.
Uma das teorias mais aceitas é a de que o Samhain – uma festividade celta que marcava o fim do verão -, tenha sido a origem do Halloween. A celebração pagã ao “Rei dos mortos” agradecia a colheita da estação e tinha fogueiras e fartura de alimentos como alguns de seus elementos mais característicos.
Algumas teorias se referem à crença de que os mortos se apoderavam dos corpos dos vivos nesse dia. Por ser uma festividade pagã, foi reprimida pela Igreja Católica durante a Idade Média e acredita-se que, a partir daí, tenha sido associada às bruxas.
O Dia das Bruxas, o Halloween, que conhecemos hoje tomou forma entre 1500 e 1800, quando foi levada pelos imigrantes irlandeses para os Estados Unidos e Canadá.
Se transformou em uma festa adotada em diversos países ao redor do mundo e a celebração desta data vem crescendo a cada ano.