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Ciclo de seca do Rio Paraguai pode continuar por pelo menos mais três anos

Atuação do fenômeno La Niña deve influenciar mais significativamente com escassez no estado

Felipe Dias, no estúdio da rádio CBN Campo Grande
Felipe Dias, no estúdio da rádio CBN Campo Grande | Foto: Karina Anunciato/CBN-CG

Em entrevista ao Jornal CBN Campo Grande, desta segunda-feira (13), o doutor em Ciências e Gestor de Recursos Hídricos e Manejo de Bacias Hidrográficas, Felipe Dias, falou sobre o ciclo de cheias e secas do Rio Paraguai. Segundo o especialista, este momento de seca segue uma tendência do próprio ritmo do rio em Mato Grosso do Sul.

“Antigamente os períodos de maior cheia e de menor cheia se repetiam a cada sete anos. E esses períodos variavam entre 5 e 7 anos. Nesses períodos, a grande seca foi de 64 até 74, foram 10 anos, e agora nós estamos em um outro período semelhante ao de 64. Então, é esse panorama: vem em um decrescente e está ficando sempre muito abaixo. Quando a baixa cheia chegava acima dos quatro (metros) de média, agora está tudo abaixo dos 4 de média. Então, o período seco está muito seco e o úmido está seco também. Mas, se considerarmos que, em 64, foram 10 anos, podemos dizer que, daqui a uns 3 anos, ele volte a encher novamente com cheias maiores”, explicou Dias.

De acordo com a medição da Marinha, na régua de Ladário, o Rio Paraguai tem registrado nível positivo desde o dia 11 de novembro do ano passado. A melhora no cenário é comemorada, já que, em 2024, o principal rio da Bacia do Paraguai alcançou a pior marca negativa dos últimos 60 anos, ao atingir 69 centímetros negativos.

Entre as situações que têm contribuído para o agravamento deste cenário de seca, Dias destacou as mudanças climáticas e a atuação do fenômeno La Niña, que provoca o resfriamento das águas do oceano Pacífico. A condição distribui chuvas para a região Nordeste do país e reduz a disponibilidade de chuva para a região Centro-Oeste do Brasil, o que pode agravar a escassez hídrica no estado.

Acompanhe a entrevista completa:

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