Dando continuidade à iniciativa de resgate cultural da tribo Ofaié, localizada em Brasilândia (MS), a. A Fibria, em parceria com o Instituto Votorantim, desenvolve o projeto Pintando e Aprendendo Ofaié, com o objetivo de fomentar a memória cultural deste povo, por meio do artesanato.
A tribo possui cerca de 120 moradores, porém, desse total menos de dez pessoas falam a língua-mãe. Em 2013, uma cartilha reuniu alguns termos do dialeto e foi distribuída entre eles para se familiarizarem e utilizarem as palavras no dia a dia. A iniciativa, realizada pela Fibria, também viabilizou a construção de um campo de futebol society, que promoveu a integração social e formação de um time batizado como “Xeheki Agaxäfwatae”, que significa “Os Guerreiros”, na linguagem Ofaié.
Nessa nova etapa do projeto, as mulheres da tribo terão a oportunidade de bordar chinelos, pintar telas e estampar camisetas com iconografias da cultura Ofaié. “Cada tribo tem a sua iconografia particular, seja no formato dos símbolos, cores dos desenhos, entre outras características que ligam essas expressões à cultura de um povo. Além do resgate da língua também há a necessidade dessa ligação cultural”, explica o pesquisador e presidente do Instituto Cisalpina, Carlos Alberto Dutra.
Para fazer o reconhecimento da iconografia, que é a descrição de imagens, estátuas e monumentos dos Ofaié, uma equipe de profissionais irá estudar os costumes e hábitos dos indígenas junto aos moradores mais antigos que ainda detém fortes traços da etnia.
As atividades serão coordenadas pela Associação Hankrägani de Produtores Ofaié, formada pelos moradores da aldeia. Com o auxílio de máquinas de estampar, além de divulgar a história, os moradores poderão ter um complemento na renda familiar com a venda dos artigos em feiras e exposições. “Promover o resgate das manifestações culturais da única tribo Ofaié é muito importante para esse povo. Essa é uma oportunidade de reencontrarem suas raízes e darem continuidade a uma etnia quase extinta, que possui um valor histórico inestimável”, explica a consultora de sustentabilidade da Fibria, Evânia Lopes.